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Gife faz mapeamento de financiadores de projetos sociais

Autor original: Maurício Jun Handa

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

Em setembro, o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) estará concluindo a pesquisa "Recursos Privados para Fins Públicos: As grantmakers brasileiras". O Gife é uma associação que reúne 54 instituições que investem cerca de R$ 500 milhões por ano em projetos sociais no Brasil. Essa nova iniciativa tem por objetivo identificar o perfil das grantmakers brasileiras para compreender o modelo brasileiro de filantropia, incentivando a promoção de ações sociais entre pessoas físicas e jurídicas. Apesar de o estudo não estar concluído, já existem alguns resultados.


Durante o levantamento, foram identificadas 72 potenciais grantmakers mas, à medidaque a pesquisa e o contato com essas organizações evolui, estima-se que menos dametade seja de fato composta por financiadores de projetos sociais. Aquelas que não classificadas como tal, realizam projetos próprios ou parcerias pontuais, interferindo diretamente em programas que apóiam. Segundo Andrés Falconer, coordenador da pesquisa, algumas instituições estudadas eram doadoras até recentemente, porém passaram por reformulações de atuação e agora operam apenas iniciativas próprias.

"Na verdade, percebemos que a grande maioria das instituições que fazem doações a projetos, geralmente também realizam programas próprios. Venho percebendo que doar é secundário para a grande maioria das grantmakers. Parece haver um consenso de que doar recursos não é suficiente. As instituições, ao meu ver, têm receio em dar o peixe ao invés de ensinar a pescar, não contribuindo para a sustentabilidade das entidades beneficiadas", diz Andrés. De acordo com ele, a doação é ainda a principal forma de atuação das organizações internacionais.


Entre os ítens levantados pela pesquisa estão: quem são, o que fazem, quais são as  prioridades e como atuam as instituições que doam recursos no Brasil. "Uma das coisas que estamos mapeando são os tipos de projetos que as grantmakers mais se interessam. Em geral, as instituições têm uma menina dos olhos. Entre as organizações brasileiras, por exemplo, os programas voltados à educação de crianças e adolescentes tendem a ser predominantes", explica Andrés.


O estudo sobre as grantmakers brasileiras está sendo feito em parceria com o Instituto Synergos que já fez uma pesquisa similar na Ásia. Conhecendo melhor o universo dos doadores de recursos no Brasil, a organização poderá realizar uma comparação. Além de apoiar a análise brasileira, o Instituto Sunergos está desenvolvendo estudos no México e no Equador.

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