Autor original: Maria Eduarda Mattar
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Acaba de acontecer no estande da RITS na Expo Brasil Desenvolvimento Local 2003 uma oficina sobre Gestão de Telecentros. Quem falou sobre o assunto foram Jesulino Souza e Cléber de Jesus Santos. Eles são, respectivamente, coordenador e monitor do telecentro de Cidade Tiradentes, em São Paulo, que faz parte do Projeto Telecentros, desenvolvido pela Prefeitura de São Paulo, em parceria com a RITS. Jesulino iniciou a palestra informando que os telecentros de São Paulo foram criados nas comunidades que apresentavam menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Segundo ele, a intenção de um telecentro deve ser montar uma rede e fazer com que ela seja aproveitada da melhor forma possível pelas pessoas do local, mostrando como as tecnologias de informação e comunicação (TICs) trazem amplas possibilidades para os(as) cidadãos(ãs). “O 'computador' pode ser uma fonte de possibilidades. Não resolve problemas sociais, mas é uma ferramenta de abertura de possibilidades de trabalho, de comunicação, de notícias, de especialização, de gerar conhecimento e de formas de expressão”, resumiu.
Cléber Santos, de 18 anos, contou sua história pessoal de evolução a partir das possibilidades abertas pelo telecentro de sua comunidade. Segundo o jovem, podem acontecer “estórias de Cinderela” nos telecentros, com as pessoas conseguindo mudar completamente de vida a partir de conhecimentos e oportunidades adquiridos em telecentros comunitários. “É possível abrir a mente, conhecer pessoas e, muitas vezes, se encontrar, ter uma evolução pessoal fantástica”, opinou.
Também foi abordado na oficina como o uso de software livre pode facilitar a implementação e o funcionamento de telecentros. Para Jesulino, esse tipo de software representa não só economia financeira (segundo ele, a utilização de programas de código aberto propiciou uma economia de R$ 14 milhões em licenças ao Projeto Telecentros), mas é também “uma questão de liberdade, que permite desenvolver programas com características específicas para cada telecentro”.
Outro ponto abordado foi a formação e o funcionamento de conselhos gestores de telecentros e como esta instância determina o que será realizado nas unidades, operando o acompanhamento e a fiscalização desses locais. Jesulino concluiu afirmando que os telecentos são “revolucionários silenciosos”, referindo-se à gama de possibilidades que esses locais proporcionam para as pessoas exercerem sua cidadania.
Em seguida, os participantes interagiram com os representantes de Cidade Tiradentes, fazendo perguntas sobre funcionamento da infra-estrutura e sustentabilidade dos telecentros.
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