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Relação entre movimentos sociais e Estado é debatida no FSB

Autor original: Marcelo Medeiros

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A relação entre o Estado brasileiro e os movimentos sociais foi o tema da conferência de abertura deste último dia de Fórum Social Brasileiro. Entre críticas e explicações sobre o apoio de organizações como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) ao governo Lula, a conclusão a que os palestrantes chegaram foi que "autonomia é fundamental".

Participaram da mesa Gustavo Petta, presidente da UNE, Luís Marinho, presidente da CUT, e Valério Arcari, professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo (Cefet).

Petta lembrou que a postura do Estado em relação aos movimentos sociais sempre foi repressora, com pequenos períodos de relaxamento. Para o representante da UNE, é preciso buscar a coordenação entre diversos movimentos sociais - rurais e urbanos - para sustentar as mudanças que acredita estarem por vir.

Já Arcari fez diversas críticas ao atual governo federal, pois, em sua opinião, os políticos não estariam cumprindo promessas de campanha, além de manterem a política econômica da administração anterior. Por isso, segundo ele, movimentos sociais como o Movimento dos Sem-Terra (MST) e organizações como a CUT e a UNE deveriam romper com o governo e exigir mudanças urgentes na conjuntura nacional.

Luís Marinho respondeu às críticas ao governo, apoiado pela entidade que preside. Para Marinho, o governo está fazendo ajustes necessários ao país. Também corrigiu acusações feitas por Arcari sobre a falta de posicionamento de Lula em questões como o ataque ao Iraque. O professor havia criticado um suposto silêncio do presidente em relação ao assunto, mas Marinho lembrou a postura pacifista de Lula. Como conclusão, o sindicalista afirmou que o papel dos movimentos sociais não está encerrado, apesar do atual governo ser apoiado por parte deles.

Nas considerações finais, o consenso foi atingido na idéia de que a polêmica é saudável para o crescimento da organização popular, cuja autonomia deve ser sempre preservada.

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