Autor original: Marcelo Medeiros
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Abraços e aplausos marcaram a última conferência do Fórum Social Brasileiro, intitulada "A ação global dos movimentos sociais".
A confraternização aconteceu a pedido de Steen Meyer Thorsson, membro brasileiro da campanha internacional Jubileu Sul, que apóia a renegociação das dívidas externas de países em desenvolvimento. Após lembrar que os movimentos sociais não são contrários à globalização, mas ao modo como ela está sendo conduzida, Thorsson afirmou ser preciso "globalizar a cooperação, a solidariedade e a valorização da vida". Pediu então aos presentes ao Mineirinho gritos de "um outro mundo é possível", lema do Fórum Social Mundial, e que todos se abraçassem. Foi prontamente atendido pela platéia, que aplaudiu de pé o gesto coletivo.
Em sua fala, Thorsson sugeriu a diversos movimentos, como os promotores da economia solidária, consumidores responsáveis e os religiosos, que se unissem para melhorar o mundo.
Também participaram da conferência Raimunda Mascena, coordenadora nacional da Marcha Mundial das Mulheres, Rubens Diniz, representante brasileiro na Organização Latino-americana e Caribenha de Estudantes (Oclae), e Moacir Gadotti, do Fórum Mundial de Educação. Raimunda afirmou que, no Brasil, a pobreza tem cor e sexo, referindo-se às mulheres negras. Para justificar a campanha pelo aumento do salário mínimo promovida pela marcha, declarou que "se não pensarmos em políticas de empoderamento das mulheres, não acabaremos com a miséria".
Diniz, por sua vez, comemorou o fortalecimento do movimento pela democratização da mídia no Brasil pouco depois de lembrar as mobilizações ocorridas na América Latina nos últimos anos, como o "panelaço" argentino e os protestos bolivianos que resultaram na renúncia do presidente do país andino. Disse ainda ser necessário fortalecer a campanha pelo plebiscito sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Já Gadotti abordou as ações globais, definidas por ele como "atividades que atacam o coração do sistema sem se afastarem das ações locais". Segundo o representante do Fórum Mundial de Educação, é preciso criar mais espaços em redes horizontais que sigam o "espírito de Porto Alegre", assim como fazem os participantes das ações globais.
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