Autor original: Mariana Loiola
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A importância de que cada cidadão conheça os seus direitos e o papel que eles têm na luta contra a desigualdade é o que impulsiona a campanha "O Brasil tem fome de direitos", lançada no último dia 2 de dezembro. A mensagem geral da campanha – que ganha visibilidade por meio da produção artística – é a necessidade de se exigir que os direitos sejam alcançados e respeitados.
A campanha surgiu durante o Fórum Social Mundial, por iniciativa da Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), que utiliza as ilustrações de Cândido Portinari em camisetas e adesivos para falar dos direitos humanos. A campanha é agora relançada pelos integrantes da Roda da Solidariedade, que se envolveram com a iniciativa durante este ano, por meio da realização de debates e oficinas sobre o assunto. Localizada no Rio de Janeiro, a Roda é um espaço voltado para jovens artistas, para o intercâmbio de idéias e experiências e a construção de iniciativas e projetos coletivos. Esses jovens discutem o papel do artista na sociedade e se comprometem em fazer da sua arte um veículo de mensagens de conscientização social e atitudes contra toda a forma de discriminação, desigualdade, violência e miséria.
Os debates em torno da campanha "O Brasil tem fome de direitos" inspiraram os artistas a elaborarem trabalhos de diversas expressões culturais relacionados aos temas discutidos. Cada um escolheu um tema e utilizou uma linguagem diferente para expressar a sua visão sobre os direitos humanos. Essas obras – apresentações de música, teatro, dança, fotografia, grafite etc. - serão reunidas em um CD multimídia.
A campanha pretende atingir outros artistas e todos aqueles que utilizam a arte em trabalhos sociais. Assim, propõe divulgar os mecanismos para garantia dos direitos humanos; comprometer socialmente os novos artistas no exercício de sua cidadania; difundir amplamente os direitos econômicos, sociais e culturais; incentivar ações em defesa dos direitos e a articulação política com diversos setores da sociedade civil organizada.
Lorenzo Zanetti, coordenador do Serviço de Análise e Assessoria a Projetos (Saap) – setor da Fase responsável pela organização da campanha – diz que a proposta desta nova etapa é que cada jovem artista seja multiplicador da campanha para outros artistas e para o público dele. "A idéia é que eles levem essas idéias para o seu ambiente de trabalho", confirma a fotógrafa Fabíola Campos, que participa da Roda da Solidariedade.
Zanetti acredita que o artista tem a capacidade de passar mensagens para um público ao qual muitos trabalhos sociais não têm acesso. "Como formador de opinião, o artista consegue transmitir idéias e valores para muitos jovens que não participam de projetos sociais", diz.
Quanto à continuidade da campanha, o coordenador diz que outras ações devem ser desenvolvidas, como, por exemplo, a produção de materiais de divulgação. Mas o Zanetti conta principalmente com a criatividade dos artistas. "Esperamos que outros lancem novas idéias, tomem iniciativas e sejam porta-vozes de defesa dos direitos. Essa campanha não tem uma receita. Não queremos centralizar ações e, sim, provocar outras", afirma.
O baterista da banda Djangos e também integrante da Roda, João Aquino, garante que cada artista assumirá o compromisso de dar continuidade à campanha. "Este é só o começo", diz.
Mais informações sobre a campanha "O Brasil tem fome de direitos" pelo correio eletrônico rodasolidariedade@fase.org.br.
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