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Espécies ameaçadas - novo programa de conservação

Autor original: Paulo Duarte

Seção original: Novidades do Terceiro Setor






Foi lançado no último dia 10 de dezembro o Programa Espécies Ameaçadas - Programa de Proteção das Espécies Ameaçadas de Extinção da Mata Atlântica Brasileira, uma parceria entre a Fundação Biodiversitas e o Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan). A novidade vai destinar, ao longo de quatro anos, R$ 1,2 milhão para os projetos de conservação selecionados nos editais da iniciativa. O Programa foi aprovado pelo Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos – formado pelo Banco Mundial, pela Conservation International, pela Fundação MacArthur, pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF) e pelo Governo do Japão – que vai destinar US$ 200 milhões para 25 regiões criticamente em perigo e com alto grau de diversidade biológica em todo o mundo, ao longo de cinco anos. No Brasil, esse fundo fomenta estudos e ações de conservação da Mata Atlântica, considerado o bioma mais ameaçado do país.

Para se ter uma idéia, a cobertura florestal da Mata Atlântica foi reduzida a menos de 8% da extensão original, o que representa uma perda enorme de habitat para as espécies da região. A caça e a extração descontrolada de recursos naturais são as principais causas dessa redução. "Com a substituição por áreas urbanas, agrícolas e turísticas, perdemos essa floresta a cada ano", comenta o diretor-executivo do Cepan, Marcelo Tabarelli. Quanto maior for a perda, maior será o impacto para a sociedade. "Todas as espécies contribuem para a manutenção do equilíbrio biológico e são recursos econômicos em potencial", acrescenta. Além disso, aproximadamente 40% das espécies da Mata Atlântica são endêmicas ao bioma, ou seja, não são encontradas em nenhum outro ecossistema. "O desaparecimento de uma espécie exerce efeito-cascata sobre outras espécies, o que acelera o processo de extinção do ecossistema", explica Tabarelli.

O Programa Espécies Ameaçadas vai apoiar pesquisas e levantamentos de informações voltados para a proteção das espécies de fauna e flora com maior risco de extinção. A idéia é que, por meio do fomento à pesquisa, seja possível gerar subsídios e diretrizes para a conservação de espécies e dos ecossistemas. Segundo Tabarelli, as informações que serão geradas com as pesquisas deverão ser disponibilizadas para gestores públicos, comunidade acadêmica e outras entidades, para que sejam transformadas em políticas e ações concretas de conservação das espécies ameaçadas.

As linhas temáticas definidas para a seleção dos projetos são: Distribuição geográfica, ocorrência e ecologia de populações; Avaliação da qualidade dos habitats; Identificação dos tipos e dos níveis de ameaças; Reavaliação da categoria de ameaça e das estratégias de conservação; Técnicas de manejo das populações e identificação de habitats críticos para a proteção das espécies; e Estratégias e planejamento de conservação.

Ao todo, o Programa vai financiar entre 10 e 12 projetos por ano. O limite máximo de financiamento para cada projeto, que deverá ter 12 meses de duração, será de R$ 30 mil. Segundo a coordenadora executiva do Programa na Biodiversitas, Gláucia Drummond, essa é uma grande oportunidade para projetos que já estão em andamento, mas que, por falta de recursos, ainda não puderam ser viabilizados. De acordo com a coordenadora, o grande desafio será estender a duração do Programa. "Vamos buscar novas parcerias e outras fontes de recursos para que esse fundo se torne permanente", afirma.

Podem se candidatar ao Programa estudantes de cursos de especialização e pós-graduação (acompanhados de seus orientadores), instituições de ensino e pesquisa, organizações não-governamentais, além de empresas do setor privado que trabalham com pesquisa científica e conservação. Informações adicionais quanto aos critérios para a seleção dos projetos, itens financiáveis, modalidades de apoio, a lista de espécies ameaçadas, entre outras, estão descritas no primeiro edital do programa (lançado no dia 17 de dezembro), disponível nas páginas das instituições gestoras – www.biodiversitas.org.br e www.cepan.org.br.

Mariana Loiola

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