Pesquisa revela perfil dos participantes do III FSM

Autor original: Marcelo Medeiros

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A maioria dos participantes do terceiro Fórum Social Mundial (FSM), que aconteceu em janeiro de 2003 na cidade de Porto Alegre (RS), é constituída de mulheres, brasileiras, jovens (de até 34 anos), com alto nível de escolaridade, que trabalha no setor de serviços, possui religião e se diz de esquerda. Além disso, elas acreditam que a mobilização da sociedade civil é o melhor caminho para se chegar a “outro mundo possível”. Esses são alguns dos resultados da recém-lançada pesquisa do Ibase sobre o perfil dos participantes do evento.

As mulheres são 51% dos participantes e as pessoas de nacionalidade brasileira, 85%. Os estrangeiros vieram de 130 países, sendo a maior parte da Argentina, seguidos de uruguaios, chilenos, paraguaios, franceses e americanos. Do total de participantes, 62,7% possui entre 14 e 35 anos. Em relação à escolaridade, 27,5% tinham o curso superior completo e 36,2%, incompleto.

De acordo com os dados, 64,9% das pessoas que estiveram no III FSM participam de alguma organização ou movimento social. Destes, 46% atuam na área de educação e 61,4% se organizam em rede. Apenas 35% dos participantes são filiados a partidos. Entre todos que fizeram parte da pesquisa, 63% se dizem de esquerda quando perguntados sobre posicionamento político.

Em relação à globalização, 67% afirmam que ela é um novo nome para o imperialismo e 74% discordam de que ela dá mais oportunidades a todos. O “outro mundo possível”, segundo 94% dos participantes, será conseguido a partir do fortalecimento da mobilização da sociedade civil. Além disso, 79% acreditam que a democratização dos governos também é uma forma de mudar o mundo. A maioria (84%) não considera o uso da força e de ação direta como um meio para se atingir esse objetivo.

A pesquisa, feita sob a coordenação da Secretaria Internacional do Fórum - composta por oito entidades, entre elas o Ibase - ouviu 1.500 participantes do evento ocorrido na capital gaúcha.