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SOS Araucárias

Autor original: Mariana Loiola

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SOS Araucárias


O apelo emergencial do nome tem a sua razão de ser: a campanha SOS Araucárias corre contra o tempo para tentar salvar e preservar o que ainda resta da floresta de araucárias.  fragmentadas e dispersas, estão sob ameaça imediata de destruição. A campanha é uma iniciativa da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) que, junto com outras entidades preocupadas com a extinção dessa floresta no Brasil, se mobiliza para exigir do governo medidas urgentes para barrar o desmatamento de araucárias e proteger as áreas remanescentes.

As entidades integrantes da campanha querem o cumprimento de duas determinações do Governo Federal. Por meio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo, sob a pressão de ambientalistas e da sociedade civil, definiu em dezembro de 2002 sete áreas como prioritárias para a criação de unidades de conservação no Paraná e em Santa Catarina. Ao mesmo tempo, determinou a paralisação do desmatamento dos fragmentos de floresta de araucárias dessas áreas.

No entanto, as fiscalizações para o cumprimento dessas decisões foram insuficientes e as ameaças continuaram: exploração madeireira de espécies ameaçadas de extinção, expansão das monoculturas de árvores exóticas, instalação de assentamentos rurais e expansão das atividades agropecuárias. Além disso, segundo Marco Antônio Gonçalves, coordenador da campanha pela RMA, existe, no interior dos dois estados, uma forte reação de interesses locais contra a proibição do desmatamento. "Parte dessas áreas está nas mãos de empresas medeireiras, que contam com o apoio de políticos locais contra a criação das unidades de conservação. Eles negam, sem nenhum fundamento, a ocorrência do risco de extinção. O seu único interesse é converter biodiversidade em dinheiro", diz Marco Antônio.

Uma das conquistas da campanha, deflagrada em novembro de 2003, foi o compromisso do MMA de definir a proteção da floresta de araucárias como prioridade. O órgão governamental formou um grupo força-tarefa com técnicos de organizações governamentais e não-governamentais para acelerar os estudos necessários para a criação das sete unidades de proteção. Os estudos consistem em levantamento quantitativo e qualitativo dos aspectos ambientais e socioeconômicos dessas regiões. Em sua primeira ida a campo, realizada em dezembro, o grupo constatou que o desmatamento avança cada vez mais. "A situação está realmente dramática, mais do que podíamos imaginar. Os fragmentos são pequenos, poucos e estão muito degradados. Ou tomamos medidas imediatas ou vai ser tarde demais", alerta o coordenador do Núcleo da Mata Atlântica do MMA, Wigold Schäffer. Segundo ele, os estudos devem ser concluídos até o final de março.

A campanha SOS Araucárias busca ainda suscitar a atenção da imprensa para o assunto. "Queremos que a mídia abra mais espaço para essa questão", diz Marco Antônio. A população também pode participar. Basta enviar uma mensagem às autoridades federais manifestando apoio às medidas urgentes para proteger as áreas remanescentes da floresta de araucárias, pela página www.rma.org.br, onde também podem ser encontradas informações mais detalhadas sobre a campanha. Até agora, mais de três mil mensagens foram enviadas.

Mariana Loiola

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