Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
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O evento anual que, em quatro edições, se tornou o mais amplo espaço do planeta para articulação de movimentos sociais e construção de alternativas à ordem neoliberal tem desencadeado diversos eventos regionais correspondentes. Dentre estes, está o primeiro Fórum Social Américas (FSA), que acontecerá entre os dias 25 e 30 de julho, em Quito, Equador. Como parte da modalidade de eventos regionais estimulada pelo Fórum Social Mundial (FSM), o FSA pretende reunir toda a riqueza cultural e poder de mobilização dos povos das Américas para enfrentar os efeitos da globalização.
O I Fórum Social Américas seguirá a proposta do FSM de abrir espaços para troca de experiências entre os movimentos sociais e o fortalecimento de ações que se constituam em alternativas diante do neoliberalismo e do militarismo. Somado a isto, buscará visualizar as problemáticas específicas da região no contexto da globalização e vincular as lutas e resistências arraigadas no continente com as do resto do mundo. Segundo Sally Burch, diretora executiva da Agência Latino-americana de Informação (Alai) e membro da Comissão Organizadora do Fórum Social Américas, o evento é parte dos esforços para se desenvolver o processo do FSM na realidade de cada continente.
As temáticas das Américas
A programação buscará abordar todos os temas do Fórum Mundial, mas as ênfases serão determinadas pela realidade regional, além da conjuntura mundial e do avanço dos processos de articulação social. Desse modo, as lutas contra a Área Livre de Comércio das Américas (Alca) e os tratados de livre comércio, contra a dívida e contra a militarização terão destaque entre os temas do FSA. Em razão da presença indígena e de afrodescendentes, os assuntos relacionados à diversidade e aos direitos dos povos também serão enfatizados.
Serão cinco os eixos das discussões do Fórum Américas: A ordem econômica; A face violenta do projeto neoliberal; Poder, democracia e Estado; Culturas e comunicação; e Povos indígenas e afrodescendentes. Gênero e diversidades constituem os eixos transversais. Assim como o evento mundial, a programação incluirá conferências, testemunhos, painéis, oficinas, apresentações artístico-culturais, acampamentos indígenas e da juventude e mobilizações.
Contribuição para o Fórum Mundial
Segundo Sally, o fato de o FSM deste ano ter sido realizado na Índia, e não na América Latina, pode reforçar ainda mais a participação dos povos das Américas nesse evento regional. Ela acredita que o FSA é também uma oportunidade para ampliar a participação daqueles países e setores sociais que até agora têm estado menos presentes no processo mundial, como é o caso da região andina, da América Central e dos povos indígenas. "Como este continente se caracteriza pelos altos níveis de articulação alcançados por seus movimentos sociais e cidadãos, o FSA pode se constituir em uma contribuição e experiência piloto para o processo mundial", diz.
Sally acredita que a grande meta do FSA é dar um salto de qualidade no fortalecimento do processo mundial que vem avançando há quatro anos. Outra meta é estreitar os vínculos com as organizações norte-americanas que participam da resistência ao projeto imperialista de seu governo. "O êxito do FSA dependerá do compromisso das diversas organizações, redes e campanhas da região, que desde já estão inscrevendo seus eventos, conteúdos e propostas", afirma.
As organizações, movimentos e entidades da sociedade civil, que trabalhem em consonância com a Carta de Princípios do FSM podem fazer as inscrições de seus delegados no Fórum Social Américas até 31 de maio. O prazo para inscrições de atividades terminará antes - em 16 de abril. Outras pessoas interessadas que não pertençam a nenhuma organização poderão assistir ao evento como participantes.
As inscrições devem ser feitas por meio da página do Fórum Social Américas (veja o endereço em Links Relacionados), hospedada pela RITS - que também é responsável pelo desenvolvimento e manutenção do sistema de inscrições do evento.
Informações adicionais podem se obtidas pelo correio eletrônico foroamericas@fsmecuador.org.
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