Autor original: Marcelo Medeiros
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“Olá e Bumchucka!”. Após ouvirem essas palavras, crianças dão suas primeiras gargalhadas em meses. Elas estão no Iraque, traumatizadas por mais de um ano de explosões de bombas, tiroteios no meio da rua e incursões de soldados estrangeiros em suas casas. Apesar disso, meninos, meninas e adultos ainda conseguem se divertir com as palhaçadas de seis ingleses. Eles fazem parte da trupe do projeto Circus2Iraq, que passou três meses em diversas cidades iraquianas levando um pouco de alegria a quem não tem muitos motivos para sorrir.
Com recursos próprios, angariados de diversas formas (dando palestras, trabalhando como Papai Noel, entre outras), eles chegaram ao Oriente Médio em fevereiro para ficar somente um mês. Conseguiram triplicar a estadia. Nesse período vivenciaram momentos muito felizes, como ver um menino surdo sorrir ao conseguir “sentir” a música que tocavam, e situações dramáticas, como a morte de um senhor na frente dos netos. Tudo foi relatado em um blog, espécie de diário na Internet, e via mensagens eletrônicas, por meio das quais eles divulgavam seu trabalho e descreviam a situação do país.
Uma das artistas era Jo Wilding, ou Wildfire Jo, como prefere ser chamada. Nesta entrevista ela conta um pouco de sua experiência no Oriente Médio, onde esteve durante a guerra, e os problemas que enfrentou. Apesar de seus companheiros já terem deixado o Iraque, Jô continua lá, mais precisamente em Fallujah, onde acredita que a situação está pior do que durante a guerra. Ela responde naturalmente que se conectava à Internet em cybercafés espalhados pelas diversas cidades por que passou com seus companheiros e que não teve dificuldade em se locomover pelo país. Jô conta que em todas as grandes cidades há pessoas dispostas a alugar o carro ou a servirem de motoristas. “Então nós fomos lá”, afirma com naturalidade. Quando surgiram barreiras, como bons artistas, não ficaram na corda bamba: conseguiram uma autorização para viajar fazendo malabarismos e mágicas para soldados. Uma de suas alegrias foi ver meninas ganharem confiança em si mesmas ao verem uma mulher trabalhando em um país muçulmano, onde freqüentemente lhe perguntam por que não é casada.
A artista afirma que gostaria de fazer um trabalho com crianças brasileiras em situação de rua, mas que este ainda não é o momento, pois estão planejando o retorno do circo para o outono iraquiano. Leia abaixo a entrevista concedida à Rets:
Rets - Como começou o projeto?
Jo Wilding - Durante a guerra eu estava em um hospital e havia um menino cuja casa fora destruída por um míssil. Ele estava traumatizado, não respondia a nada, até um amigo meu começar a fazer bolinhas de sabão. Ele observou durante um tempo, levantou e estourou uma delas. Foi a primeira coisa que o fez sorrir desde o bombardeio. Ao longo do verão eu pensei em levar um circo para o Iraque, para as centenas de milhares de crianças que ficaram traumatizadas pela guerra, pelas sanções e tudo o que aconteceu desde então. Houve outros circos em áreas de conflito ou que chegaram após seu fim nos Balcãs, Timor Leste e campos de refugiados no Nepal e até gora os resultados foram bastante positivos.
Eu enviei um e-mail para alguns amigos falando sobre a idéia e conseguimos juntar uma ótima equipe, que passou três meses em turnê no Iraque, trabalhando em campos de colonização, orfanatos, escolas, centros de juventude, teatros, em qualquer lugar em que houvesse crianças. Sempre com resultados positivos. As meninas e jovens mulheres, em especial, adoraram ver uma mulher no espetáculo. Nos campos de colonização percebemos que, a cada vez que voltávamos, a confiança das meninas crescia e elas brincavam mais e mais.
Um jornal da Inglaterra fez um comentário desdenhoso sobre nosso trabalho, sem saber exatamente o que estávamos fazendo. A brincadeira é extremamente poderosa quando as pessoas estão sofrendo. Sim, há diversas necessidades materiais aqui, mas as pessoas também precisam desesperadamente de reconstrução psicológica, e a brincadeira possui efeito curador e transformador.
Rets - Quantas pessoas se envolveram com a ida ao Iraque?
Jo Wilding - Centenas. Seis vieram para o Iraque, mas várias outras fizeram nossas fantasias, bolas de malabarismo e pernas-de-pau, conseguiram recursos e distribuíram panfletos, trabalharam no site e nos ajudaram aqui no Iraque a organizar as coisas, administrar a situação e fazer as traduções.
Rets - Como você chegou ao Iraque? Foi difícil circular pelo país?
Jo Wilding - Não houve pedido de visto para nós entrarmos no país. Nós estivemos em Bagdá e diversas cidades próximas, como Hilla (antiga Babilônia), Baquba, Diyala Bridge e também em Erbil, no Curdistão, e então, na turnê ao sul, fomos a Nassíria, Samawa e Basra. Não houve problemas para nos locomovermos para nenhum desses locais. Em Erbil nós fomos ao Ministério da Educação pedir permissão para ir e trabalhar em escolas e nos deram um guia, um tradutor, ônibus com motorista. Assim conseguimos ir a escolas e povoados de toda a região.
Tivemos que conseguir uma permissão de viagem para nos movermos pelo Curdistão, supostamente US$ 60 para nós quatro, mas nós ficamos fazendo “palhaçada” para os guardas e todos vieram nos pedir para fazer mais truques. Então dissemos que mostraríamos um novo truque por US$ 60. O acordo foi o seguinte: se conseguíssemos impressioná-los com a mágica, eles nos dariam a permissão. Fisheye [Sam, outro integrante do grupo] fez um cigarro desaparecer na frente de seus olhos e Peat [outro integrante] fez malabarismos com as coisas que estavam na mesa do administrador – e pronto: tínhamos a permissão.
Para chegar no norte e no sul, nós simplesmente alugamos um carro e um motorista. Há estacionamentos em diferentes partes da cidade onde todos os carros esperam passageiros para Jordânia, Curdistão e Basra. Nós simplesmente fomos até lá.
Nas cidades nós caminhávamos ou íamos em táxis, que são bem baratos.
Rets - Vocês devem ter planejado bastante a viagem. Algum dos planos deu errado ou teve de ser modificado ao longo do tempo?
Jo Wilding - Como eu já estivera no Iraque algumas vezes, entre elas alguns meses antes do circo chegar, já tinha idéia de como era trabalhar no Iraque. As coisas mudaram um pouco no período entre a guerra e meu retorno em novembro. Era muito mais fácil encontrar tradutores, pois eles não precisavam mais da autorização do governo, mas era muito mais difícil se locomover devido aos engarrafamentos, postos de checagem, fechamentos de estradas e a crise do petróleo. Ainda é preciso ir aos ministérios para conseguir permissão para ir a orfanatos ou escolas, é claro, mas eu já sabia mais ou menos o que esperar.
Rets - Qual foi o custo de permanecer três meses no Iraque e como vocês obtiveram recursos?
Jo Wilding - Cada um de nós procurou seus próprios recursos. Eu estava dando palestras sobre o que havia visto no Iraque durante a guerra e pedindo patrocínio para diversas pessoas. Peat trabalhou como Papai Noel em uma embarcação irlandesa. Houve também muitas pessoas que não puderam vir para cá e ficaram buscando dinheiro para nós e, assim que começamos a trabalhar aqui e escrever sobre nossas atividades, foram feitas diversas doações para continuarmos. Não tenho idéia de quanto nós seis gastamos em três meses.
Rets - Vocês mantêm um blog bastante atualizado e se correspondem por correio eletrônico. Como vocês se conectavam à Internet?
Jo Wilding - Eu vou a um Internet café.
Rets - Que atividades circenses vocês desenvolvem e como se comunicam com as crianças? Como eram as apresentações?
Jo Wilding - Fazemos um espetáculo e também jogos nos quais utilizamos um grande pedaço de pano vermelho como pára-quedas.
O show começava com nós todos no picadeiro (ou no espaço que chamávamos de picadeiro). Eu ficava nas pernas de pau, gritando “Olá!” algumas vezes, para fazer as crianças responderem. Então gritávamos “Boomchucka” e pedíamos que gritassem de volta para que nós todos gritássemos e batêssemos palmas juntos. Eles adoravam. É uma palavra sem sentido, que não significa nada, mas em muitos lugares nos disseram que depois de irmos embora as crianças continuaram utilizando-a quando marcavam gols no futebol ou quando algo de bom acontecia. “Boomchucka” virou um grito de celebração, de felicidade.
Continuando, eu roubava o chapéu do Luís [mais um integrantes] e ele não conseguia pegá-lo de volta, pois eu estava com quase três metros de altura por causa das pernas de pau. Então ele pegava uma criança e a colocava nos ombros para tentar alcançar o chapéu. Aí ele tocava um didgeridoo [instrumento de sopro australiano], que as crianças achavam muito engraçado.
Visitamos também lugares onde havia crianças surdas. No campo de refugiados curdos turcos perto de Erbil, no Curdistão, havia um menino surdo. O Luis colocou o didgeridoo em seu ouvido e ele sentiu as vibrações. Foi a primeira vez na vida em que ele pôde "ouvir" música. Nunca vou esquecer o olhar de pura alegria em seu rosto.
Então Peat e Luis faziam malabarismos, roubando as bolas uns dos outros. Em seguida, Luis e eu fazíamos um número de palhaçada no qual eu tinha uma caixa mágica que tocava música quando estava aberta e o Luis era meu chefe, que queria que eu varresse o chão sem dançar. No final, ele destruía a caixa e a jogava na lata de lixo, mas quando eu levantava a tampa da lata, com o coração partido, a música ainda era tocada.
Aí Sam fazia alguns truques de mágica, o que era um momento que eu adorava, em que toda hora as crianças costumavam dar uma gargalhada de entusiasmo e aquilo realmente parecia ser mágica. Finalmente, nós nos dávamos tortadas de creme de barbear.
Nos jogos reuníamos todas as crianças em volta do pára-quedas, fazendo diversas coisas divertidas que ajudavam a estimular a cooperação, comunicação, coordenação entre outras qualidades. Não havia moralismo, não queríamos ensinar nada às crianças, mas havia muitas coisas no show sobre compartilhar, trabalhar juntos, superar dificuldades, e suponho que o número da caixa de música passe uma idéia de ser melhor dançar do que fazer um trabalho pesado para um chefe capitalista. Mas o que as crianças tiraram daquilo foi uma imensa satisfação.
Rets - Como era sua relação com as tropas norte-americanas e inglesas? Em algum momento eles impuseram alguma dificuldade ao seu trabalho?
Jo Wilding - Nós tivemos muito pouco contato com eles...
Rets - E com os iraquianos? Eles respeitavam o trabalho ou o viam como algo de “ocupadores”?
Jo Wilding - Nós fomos cautelosos para evitar qualquer associação com as tropas e ninguém nunca pensou seriamente que tivéssemos alguma relação com os militares. Acho que o fato de vestirmos roupas multicoloridas e pintarmos os rostos nos manteve fora de suspeitas por grande parte do tempo. É justo dizer que os iraquianos apreciavam de verdade o que estávamos fazendo. Havia muitas obras de reconstrução para fazer, mas o trabalho psicológico talvez seja ainda mais necessário. As pessoas viram tudo o que tinham ser destruído e as brincadeiras os ajudavam, tanto adultos quanto crianças.
Nos campos de ocupação, por exemplo, as apresentações fizeram as pessoas se sentirem menos esquecidas, menos isoladas, assim como transformaram suas áreas muitas vezes sofridas em algo mágico. Brincar transforma pessoas e lugares. Uma vez estávamos tentando ensaiar e o único lugar grande o suficiente era a rua. Então fizemos um pequeno circo na rua e todas as mulheres foram às varandas e os homens também, fingindo, em primeiro lugar, que estavam olhando as crianças, mas na verdade se juntando a elas e tentando fazer truques. Em todos os lugares era assim.
Rets - Como as crianças iraquianas estão encarando a guerra?
Jo Wilding - Alguns médicos iraquianos desenvolveram um programa para crianças com estresse pós-trauma. Eles criticaram a forma como as forças de coalizão pioraram a situação com bombardeios noturnos. As crianças ficaram com medo do escuro, por exemplo, e da violência de incursões em suas casas. Por causa disso o programa perdeu o financiamento do Ministério da Saúde.
Eles acreditam que não haja uma única criança no Iraque sem algum grau de desordem relacionada a estresse pós-trauma, com sintomas como ansiedade e agressividade.
Rets - Alguma criança quis se tornar um palhaço como vocês?
Jo Wilding - Todas as crianças são palhaços por natureza. Não ouvi nenhuma delas dizer que queria ser um palhaço quando crescesse, mas um dos garotos do campo de Shuala disse ao Peat que ele era seu herói e um jornalista iraquiano em Nassíria afirmou que seu filho imitava os palhaços e ficava falando de nós constantemente desde que havia visto o espetáculo.
Rets - Você disse em seu blog que gostaria de criar um centro de juventude móvel, o Boomchucka Bus Tour, mas que a atual situação torna isso impossível. Quando você acha que será possível? Quando você acha que a situação será normalizada?
Jo Wilding - É impossível dizer. Não tento fazer previsões mas acho que há alguns acontecimentos significativos. Obviamente, a devolução de poder aos iraquianos prevista para 30 de junho é importante e o governo norte-americano agora está voltando atrás sobre o quanto de poder será dado. A frustração está crescendo com os últimos fatos, as mortes de civis, os ataques a Fallujah e Najaf. Por isso penso que a transferência de poder possa ser um desafio.
A situação em Falluja ainda é muito delicada e há combates em Najaf e Kerbala. As coisas estão cada vez mais complicadas em Najaf, com os combates começando a afastar os peregrinos, o que acaba com os rendimentos de muitas pessoas e isso aumenta a oposição a[o líder xiita Moqtada Al] Sadr. As principais figuras shia, [o aiatolá Ali Al] Sistani, Sadr e [o também aiatolá Mohamed Baqr Al] Hakim, começaram a expressar algumas diferenças, que são outro possível fator de risco. Espero que diferentes grupos religiosos não comecem a se enfrentar, apesar de haver sinais de unidade entre xiitas e sunitas em locais como Bagdá, onde alguns imãs começaram a rezar juntos.
Mas tudo depende, é claro, do que o exército norte-americano decidir, o que não parece seguir nenhum tipo de senso comum e, portanto, é impossível de prever.
Rets - A turnê acabou, mas você continua no Iraque. Por quê?
Jo Wilding - Eu estava trabalhando em outros projetos e sempre planejei ficar por aqui quando os palhaços partissem.
Rets - Ser uma mulher estrangeira em um país muçulmano é uma dificuldade a mais para você?
Jo Wilding - Alguns homens não levam as mulheres a sério e você percebe muito isso na rua: alguns comentários rudes, perguntas intermináveis sobre se você é casada e, se não, por que motivo etc. Pode ser um pouco frustrante, mas na verdade não importa.
Rets - Quais foram o pior e o melhor momento pelos quais você passou?
Jo Wilding - Os melhores momentos foram com o circo, sendo cercada por crianças sorridentes, vendo as meninas ficarem mais e mais confiantes em ir aos lugares que costumavam ir, vendo os adultos mais “leves” quando nos viam ou se juntavam a nós. Há também Maha, que trabalhou conosco em um dos centros de juventude perto de Nassíria. Ela nos disse que não via as meninas de lá sorrirem desde antes da guerra. Esse tipo de coisa acontecia com freqüência, pessoas nos contando que as crianças voltaram a sorrir, que passaram a desenhar palhaços ao invés de tanques, que foi a primeira vez que as escolas voltaram a ficar cheias com alegria, em vez de os alunos serem obrigados a cantar músicas exaltando Saddam.
Os piores momentos? Acho que Fallujah foi a pior coisa que vi desde a guerra, talvez pior. Uma vez nos pediram para buscar alguns doentes que estavam presos em suas casas porque soldados norte-americanos estavam atirando em qualquer coisa que se movesse. Quando chegamos lá, havia um homem com o rosto no chão, uma marca de tiro nas costas e o peito destruído por disparos. Tivemos que mover o corpo antes que pudéssemos retirar a família e foi quando seus netos saíram gritando “baba, baba”, sabendo que ele estava morto. Tivemos que cobrir seus olhos enquanto os colocávamos no carro.
Houve outras coisas, como ambulâncias sendo alvejadas por tropas dos EUA, crianças mortas por tiros que suas famílias afirmam terem vindo de soldados em telhados. Muitos de nós não acreditavam na motivação humanitária da invasão ao Iraque, mas acho que muitos soldados sim, e em Fallujah todos os vestígios de humanidade foram apagados.
Rets - Como está o país e sua população? Ela ainda acredita em melhores dias?
Jo Wilding - Não posso falar por um país inteiro. Tudo que posso dizer é que nos últimos meses a raiva contra os EUA tem aumentado. Me contaram que deram boas vindas às tropas por acharem qualquer coisa melhor que Saddam, mas desde então tudo o que tiveram foram mentiras e falsas promessas e agora querem os EUA fora. A maioria parece depositar suas esperanças em Allah. Sentem-se incapazes de qualquer coisa, por isso afirmam que tudo o que vier é desejo de Deus.
Rets - O Brasil não conhece guerras como a do Iraque, mas em muitas cidades há enfrentamentos violentos entre polciais e traficantes, em operações que parecem uma guerra. Vocês já pensaram em trazer o circo para cá?
Jo Wilding - Queremos trazer o circo de volta para o Iraque no outono [primavera, no Brasil], mas gostaríamos de levar o trabalho para outros lugares. Uma das minhas idéias é, apesar de o circo estar em um país, fazer com que ele cumpra um papel de aumentar a consciência das pessoas sobre a situação que outras enfrentam e, o mais importante, questionar o papel desempenhado pela Inglaterra e mostrar como as pessoas podem apoiar umas às outras.
O Brasil tem altas taxas de mortalidade por violência e, como você disse, traficantes usam armas de guerra. Muitas delas são fabricadas por companhias britânicas, algumas vezes em subsidiárias em outros países, para driblar a legislação do Reino Unido. As armas abastecem os conflitos, assim como aumentam os lucros dos acionistas. Aliás, a indústria de armas é uma das mais subsidiadas pelos contribuintes britânicos.
Há muitas crianças nas ruas das grandes cidades brasileiras, e trabalhar com elas, além de mostrar os efeitos do comércio internacional de armas, pode ser uma boa coisa a fazer.
Rets - O que é ser um palhaço, para você?
Jo Wilding - O melhor trabalho do mundo, uma chance de ajudar pessoas que estão sofrendo muito e uma ótima maneira de conhecer pessoas.
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