Autor original: Marcelo Medeiros
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A decisão do governo brasileiro de cancelar o visto de trabalho do jornalista Larry Rohter, do jornal norte-americano The New York Times, desagradou entidades internacionais de direitos humanos e de proteção a jornalistas. Elas pedem que a medida seja revista por ser "petulante", "autoritária" e ameaçar a liberdade de expressão.
A organização Repórteres Sem Fronteiras enviou uma carta ao presidente Lula na qual afirma estar surpresa com a atitude de Brasília, que considera "indigna de um regime democrático". "Os processos de difamação devem ser julgados diante dos tribunais. Este tipo de medida autoritária não resolve nada", continua o documento. A entidade também se diz preocupada com o futuro dos correspondentes estrangeiros no país, alegando que podem se sentir coagidos a criticar o governo a partir de agora.
O Comitê de Proteção aos Jornalistas condenou o cancelamento do visto. "Como figura pública, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve esperar e tolerar críticas da imprensa, tanto em relação à sua política quanto à sua conduta no escritório", disse a diretora executiva Ann Cooper, que pediu revisão da decisão.
A Federação Internacional de Jornalistas classificou a medida de "exagero petulante". “Esse é um assunto que atinge a honra do presidente e pode ser resolvido apropriadamente por meios profissionais", afirmou o secretário geral Aidan White.
Para o diretor executivo da divisão para as Américas da Human Rights Watch, Miguel Vivanco, as conseqüências podem ser graves. "Se as autoridades forem mesmo adiante, farão um dano irreparável para a liberdade de expressão no país e enviarão uma terrível mensagem para outros governos da região", afirmou.
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