Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
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Cerca de 600 adolescentes, jovens, educadores, representantes de ONGs, grupos informais, instituições públicas e movimentos sociais estarão reunidos de 20 a 24 de julho, em Natal, Rio Grande do Norte. Com o tema "Nós com Voz (s) – Adolescências e juventudes, Tecendo a participação social", o XII Encontro Nacional de Adolescentes (ENA) tem a intenção de contribuir para a promoção da participação juvenil nas ações de intervenção social e de políticas públicas.
Segundo André Luiz da S. Sobrinho, coordenador juvenil da ONG Canto Jovem, que organiza o ENA em parceria com outras organizações não-governamentais e governamentais, o tema "Nós com Voz (s)" contém vários significados: nele está embutida a idéia de rede, ao mesmo tempo em que sugere a atração de outros parceiros.
Nos ENAs, que são realizados a cada dois anos, constituiu-se uma rede nacional de grupos de adolescentes - o Movimento de Adolescentes Brasileiros (MAB). "Agora, o nosso desafio é articular e fortalecer essa rede e pensar em novos projetos e diretrizes, a partir dos conceitos que discutimos no encontro", diz André. Por meio das atividades promovidas no evento, os participantes poderão ter capacitação nas seguintes temáticas: protagonismo /participação juvenil, políticas públicas, direitos da criança e do adolescente, direitos sexuais e reprodutivos, meio ambiente, gênero, cultura da paz, arte e educação e enfrentamento das DST/ Aids. A idéia é que os adolescentes levem para o encontro as suas experiências de trabalho nas comunidades onde atuam e voltem para elas mais fortalecidos.
Durante os cinco dias do encontro haverá, além dos grupos de discussão, oficinas de arte; o "barraco", um debate final sobre o que aconteceu nos grupos de discussão – nos quais especialistas e jovens falarão sobre políticas públicas; e a feira da juventude, espaço aberto à comunidade para expor o trabalho dos grupos e as discussões do ENA.
Para André, uma das características mais importantes desses encontros é a diversidade cultural e socioeconômica dos grupos e instituições. "Os encontros possibilitam a troca de experiências entre adolescentes, jovens e educadores de diferentes realidades do Brasil inteiro. A rede é bastante diversa e inclui desde instituições que são referência no país até grupos pequenos, que ainda nem se constituíram juridicamente", diz.
Mais espaços de participação
O que une esses grupos é a vontade de ser ouvido e de participar na garantia de direitos de jovens e adolescentes e das suas comunidades. "Muitos jovens estão hoje mais sintonizados com as mudanças sociais e querem participar ativamente desse processo, não só como espectadores. Eles querem se colocar na sociedade de forma mais autônoma e cidadã", diz José Moraes Fernandes, presidente do Instituto Pró Educar, que faz parte da comissão organizadora do XII ENA.
José Moraes acha que, para aumentar a união e a participação dos jovens - que representam em torno de 20% da população brasileira, segundo dados do IBGE -, é preciso que haja um modelo social mais justo. "Se a tecnologia aproxima os jovens, as condições socioeconômicas os afastam. Poucos têm acesso à Internet, por exemplo".
Segundo André, é necessário haver uma maior participação dos jovens (principalmente aqueles que atuam junto a comunidades de base) tanto no planejamento, execução e avaliação de projetos nas organizações da sociedade civil quanto nos processos de tomada de decisão, nos conselhos, nas redes, nos fóruns etc., para que eles tenham legitimidade para propor políticas públicas. "A participação dos jovens na construção das políticas públicas é fundamental para que elas funcionem", diz André.
As inscrições para o XII ENA serão feitas até 20 de junho. Mais informações, pelo telefone (84) 206-4110, pelo correio eletrônico enatal2004@yahoo.com.br ou na página do evento (www.cantojovem.org.br/ena).
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