Autor original: Fausto Rêgo
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
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Organizações sem fins lucrativos dos países latino-americanos e caribenhos têm prazo até o dia 27 de setembro para concorrer ao processo seletivo do Fundo Mink'a de Chorlaví, que destina um total de US$ 200 mil para o financiamento de 10 a 12 projetos. É a quarta edição dessa iniciativa, que neste ano volta-se para a "sistematização de experiências de territórios rurais pobres e tradicionalmente marginalizados que tenham obtido êxito ao vincular-se a mercados dinâmicos".
Criado há três anos pelo Grupo Chorlaví, do Chile, e pelo Centro Internacional de Pesquisas sobre Desenvolvimento (IDRC), do Canadá, o Fundo Mink'a de Chorlaví é coordenado pelo Centro Latino-Americano para o Desenvolvimento Rural (Rimisp), outra organização chilena. Conta ainda com o apoio da Organização Intereclesiástica de Cooperação para o Desenvolvimento (ICCO), agência financiadora holandesa, e da Associação Latino-Americana de Organizações de Promoção, da Costa Rica. O objetivo do Fundo é contribuir para o fortalecimento institucional, de modo a favorecer intervenções em benefício da redução da pobreza, do combate à exclusão social, da promoção do desenvolvimento rural sustentável e do incentivo ao gerenciamento de recursos naturais na América Latina.
Gilles Cliche, pesquisador principal do Rimisp, explica que o tema deste ano foi decidido após um processo de consulta regional a organizações e ativistas que trabalham na área de desenvolvimento rural. Segundo ele, o Fundo contribui para que as iniciativas locais aprendam com suas próprias práticas e possam aplicar esse conhecimento no dia-a-dia. "Além disso", prossegue, "o mais importante: proporciona um espaço de troca com uma rede de organizações da mesma região interessadas nos mesmos temas e que, de outra forma, saberiam pouco ou nada sobre a riqueza e o valor dessas experiências locais".
Quanto à participação das organizações, Gilles está otimista. "Assim como nos anos anteriores, esperamos receber algo entre 120 e 180 propostas, das quais 10 a 12 serão contempladas com um financiamento de cerca de 15 mil dólares para implementação num prazo de 12 meses". Instituições brasileiras, dos países andinos e do Cone Sul já têm uma tradição de envolvimento no processo seletivo, mas os organizadores ainda pretendem ampliar o nível de participação da América Central. Normalmente concorrem entidades de atuação local ou nacional, incluindo organizações rurais, associações de agricultores, cooperativas e prefeituras de pequenos municípios.
Para participarem da seleção, os projetos deverão contemplar iniciativas de sistematização de experiências previstas na Convocatória do Concurso, que está disponível no sítio do Fundo [veja o link ao lado]. Não serão aceitas propostas de pesquisa acadêmica, nem ações de desenvolvimento que não estejam fundamentadas na sistematização de experiências. Por sistematização, compreenda-se, segundo o edital, "um processo de ordem e reflexão crítica, a partir de uma ou mais experiências de desenvolvimento, em relação a uma pergunta ou preocupação predefinida, com a participação de atores locais".
Após a divulgação do resultado do concurso, as organizações selecionadas serão reunidas em um encontro de coordenação. "Nosso objetivo é estabelecer questões comuns a serem abordadas em cada projeto, de modo a assegurar, ao final do processo, uma análise comparativa dos resultados", explica Gilles Cliche. Essa análise é realizada essencialmente por meio de uma teleconferência via Internet, com participação ativa dos líderes dos projetos e do público interessado. O documento-síntese dessa discussão deverá responder à seguinte pergunta: quais os fatores internos e externos que permitem explicar experiências bem-sucedidas realizadas em territórios rurais pobres e tradicionalmente marginalizados?
Respondida a pergunta, fica a lição para os projetos futuros.
Mais informação
O edital da seleção e os modelos de apresentação de propostas estão disponíveis no sítio do concurso [veja link ao lado]. Mais informações podem ser solicitadas à Rimisp, pelo correio eletrônico rimisp@rimisp.org, pelo telefone (56 2) 236-4557 ou pelo fax (56 2) 236-4558.
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