O próximo dia 23 de setembro será um momento de grandes mobilizações em alguns países do continente latino-americano pelo Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças. Esta data foi escolhida na Conferência Mundial de Coligação contra o Tráfico de Mulheres em 1999 em Dhaka, Bangladesh, e lembra a promulgação da primeira lei que permitiu punir os casos de prostituição e corrupção de menores de idade.Com o objetivo de conscientizar as pessoas para essa problemática haverá ainda a realização de um encontro que acontecerá em Buenos Aires, Argentina, de 20 a 22 de setembro com diversos países.Andréia Costa, coordenadora estadual do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do estado do Ceará, Brasil, ressalta a importância da unidade entre as ações internas desenvolvidas e a união dos países latino-americanos no enfrentamento desse fenômeno reconhecido como um problema transnacional. "A possibilidade de estar na discussão junto dos outros países, reforça a sensação de que não estamos sozinhos nessa luta e somente com o engajamento internacional será possível enfrentar e erradicar o problema", disse.Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada ano cerca de 2500 pessoas são atingidas pelo tráfico. Dentre elas se destacam mulheres e crianças como maioria, ou seja, 90% das vítimas. Os casos, que hoje atinge todas as regiões do mundo, são tratados como uma forma de negócio que gera muito lucro. Essa prática só perde para tráfico de armas e drogas.Os casos mais comuns do tráfico, que provocam nas vítimas a perda da liberdade, e muitas vezes, a própria vida, estão ligados à exploração sexual, casamentos servis, várias formas de trabalho escravo e forçado, mendicância, abuso de todos os tipos e remoção de órgãos.A Organização das Nações Unidas (ONU), através do secretário geral, Ban Ki-moon solicitou a todos aos países a implementação do Plano de Ação Global contra o Tráfico de Pessoas, onde uma das principais ações "é coordenar ações em todos os níveis para lidar com este fenómeno a nível internacional".Atualmente está em execução o Projeto Regional de Combate ao Tráfico de Pessoas, intitulado "Capacitação para a prevenção do tráfico na região do Mercosul, que envolvem os países como Argentina, Uruguai, Brasil, Chile e Paraguai. Esta iniciativa visa reforçar "um processo de regionalização para enfrentar o fenômeno e facilitar a colaboração entre agências para enriquecer as propostas de ação, especialmente considerando o grande impacto do tráfico na área".Andréia Costa reforça, ainda, o esforço que o Brasil vem fazendo para enfrentar o problema, principalmente na semana que marca o Dia Mundial contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças. "Queremos atingir toda sociedade no sentido de conscientizar para os números de pessoas atingidas pelo tráfico, que não refletem à realidade existente no país."Ela afirma que muitas pessoas podem ser vítimas sem saber, como o caso do tráfico de travestis que vem aumentando no país. "Nosso compromisso é conscientizá-las para que tomem conhecimento do assunto e assim possam efetuar a denúncia", disse.Ações no CearáNo Ceará, o Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas realiza a 1ª Semana de Mobilização pelo Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, a partir de hoje (19) na Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus).Além da semana, o Núcleo realizará o 1º Simpósio sobre Tráfico de pessoas na Serra da Ibiapaba (CE) no dia 17 de outubro, e está presente no grupo de trabalho da Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) que discutem ações e propostas de políticas públicas sobre os corredores do turismo em Fortaleza, capacitação com jovens em São Gonçalo do Amarante (CE), dentre outras atividades.Por: Jeane Freitas, jornalista da AditalFonte: Adital
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