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Adolescentes - saúde sexual, saúde reprodutiva

Autor original: Fausto Rêgo

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Adolescentes - saúde sexual, saúde reprodutiva


O Dossiê Adolescentes Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva 2004 vem no bojo do tema adolescência e direitos, com o objetivo de sensibilizar gestores públicos e a sociedade civil sobre a importância das questões de sexualidade, direitos sociais, direitos reprodutivos; elenca os dados e informações de fontes governamentais e não governamentais nacionalmente reconhecidas, bem como as opiniões de especialistas das áreas de saúde, demografia, comunicação e políticas públicas.

Algumas informações foram preservadas do Dossiê Adolescentes Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva, lançado pela Rede Feminista de Saúde, em 1999, por se mostrarem importantes e pertinentes, ou por constituírem as únicas disponíveis até o momento. Destacamos, na elaboração deste documento, o estudo “A Voz do Adolescente”, do Unicef, e a pesquisa “Juventudes e Sexualidade”, da Unesco.

O objetivo deste documento é agregar as principais informações sobre a situação das(os) adolescentes nas últimas décadas do século XX. O Dossiê apresenta dados e análises, conforme descritos nas fontes pesquisadas, com a intenção de subsidiar novos estudos e de fomentar políticas públicas de saúde sexual e saúde reprodutiva democráticas, justas e sem preconceitos, para adolescentes.

Destacamos o fato de o último Censo Demográfico do IBGE (2000) incluir a faixa etária de 10 a 14 anos como idade reprodutiva da mulher, o que amplia a possibilidade de se estabelecerem séries históricas e políticas públicas relacionadas aos direitos reprodutivos também para este grupo.

Observamos a ausência de dados relacionados à sexualidade e direitos reprodutivos de adolescentes do sexo masculino, resultado da crença de que os rapazes teriam menos necessidades no campo da saúde. Entretanto, a produção de conhecimentos e de políticas públicas para o campo da saúde sexual e da saúde reprodutiva de adolescentes deve contemplar ambos os sexos.

Outra questão merece ser apontada: ainda que pesquisas estatísticas macrossociais contemplem o “quesito cor” (o censo demográfico, por exemplo), as análises desses dados nem sempre consideram tal recorte. Do mesmo modo, pesquisas específicas sobre adolescentes pouco privilegiam esse aspecto nas análises.

A Rede Feminista de Saúde publicou, em 2003, o Dossiê Assimetrias Raciais no Brasil: alerta para elaboração de políticas (www.redesaude.org.br/dossies/html/dossieassimetriasraciais.html), com o objetivo de mostrar as desigualdades raciais/étnicas. É que, a despeito de políticas públicas específicas para o enfrentamento das desigualdades raciais/étnicas, precisamos incorporar o recorte racial/étnico em nossos estudos e ações, tal qual já incorporamos gênero, idade e classe, como uma dimensão real na organização da sociedade brasileira. Sem considerar esses diferentes recortes, não há como pensar e concretizar relações eqüitativas, nem para crianças e jovens, e nem para adultos.

Por fim, reconhecemos a importância do exercício de advocacy e a mobilização de setores da sociedade por uma juventude saudável e gozando plenamente de seus direitos. Este documento visa a contribuir para a defesa dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de jovens de ambos os sexos.

Políticas públicas em saúde sexual e saúde reprodutiva constituem tarefas cada vez mais necessárias e urgentes para garantir qualidade de vida e vida plena à nossa juventude.

Sylvia Cavasin
Diretora da Ecos - Comunicação em Sexualidade

Este é o texto de apresentação do dossiê "Adolescentes - saúde sexual, saúde reprodutiva", cuja íntegra está disponível para download nesta página, no alto, à direita.





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