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Atenção à audição

Autor original: Mariana Loiola

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Atenção à audição


Mais de 15 milhões de brasileiros e brasileiras têm problemas de audição, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Recursos e tratamentos para enfrentar esses problemas existem, mas a falta de informação e o preconceito fazem com que a maioria das pessoas afetadas leve muitos anos para tomar uma providência. Para diminuir esse tipo de resistência, a Academia Brasileira de Otologia (ABO) promove a Campanha Nacional da Audição. A iniciativa, que conta com o apoio de empresas do setor de audiologia e da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, será lançada oficialmente no dia 20 de setembro, quando se comemora o Dia do Idoso.

Os objetivos da campanha são desmistificar a surdez e o uso do aparelho auditivo, e melhorar a qualidade de vida de quem sofre com o problema. A iniciativa pretende informar a população em geral sobre os avanços tecnológicos da área e os recursos para tratar os diferentes tipos de surdez, como as cirurgias e os aparelhos de audição, que são alvo de um grande preconceito. "Para muitas pessoas, o uso do aparelho está associado à decadência pessoal. Por isso muitos não gostam de mostrar essa deficiência", diz Sady Selaimen da Costa, presidente da ABO.

Uma das conseqüências da perda auditiva é o isolamento, que acontece com muitos idosos, por exemplo, dentre os quais cerca de 70% (pelo menos 10 milhões de pessoas no país) sofrem com o problema. "Até procurar ajuda, a pessoa já ficou em depressão e segregada na sua família e na vida social, por puro preconceito", diz Luis Carlos Alves de Sousa, diretor da ABO e coordenador nacional da campanha.

O envelhecimento natural é um dos principais fatores que contribuem para a perda auditiva, além da exposição a ruídos, herança genética, diabetes, entre outros. "Na terceira idade todos terão perda da capacidade de audição. Em muitos casos, terão necessidade de usar aparelho", adverte o presidente da ABO.

Com a perda auditiva, o idoso passa a ter dificuldade de se comunicar com a família e se afasta das relações sociais. "Em geral, ninguém tem muita paciência com quem tem deficiência auditiva, que acaba sendo considerado chato. Como não conseguem participar das conversas, essas pessoas começam a se isolar", explica Sady Selaimen.

A Campanha Nacional de Audição consiste basicamente em transmitir, através da mídia, em todo o país, informações sobre o assunto à população leiga e incentivá-la a procurar assistência. "Queremos esclarecer à população que o distúrbio auditivo é um problema sério, mas tem solução, e que esta deve ser conduzida pelo otorrinolaringologista", alerta.

A idéia, de acordo com o coordenador nacional da campanha, é atingir principalmente a população de baixa renda. "Hoje existem aparelhos discretos de tecnologia digital que devolvem a plena audição. Aqueles que não podem pagar pelo tratamento e pelo aparelho podem contar com atendimento através do Sistema Único de Saúde (SUS), nas Apacs – Autorização para Procedimento de Alta Complexidade, centros encontrados em muitas cidades brasileiras que fornecem os aparelhos auditivos gratuitamente. Acontece que, por ignorância, as pessoas acabam não procurando esse serviço. Quem tem informação é que acaba tendo acesso ao tratamento", diz Luiz Carlos.

Nem mesmo a falta de dinheiro é motivo para evitar o uso do aparelho, portanto. "O uso do aparelho é simples e pode ser encarado como o uso dos óculos", reforça Jorge da Cunha Barbosa Leite, membro da ABO e coordenador da campanha no Rio de Janeiro.

Os médicos envolvidos na campanha esperam que haja uma mudança de comportamento da população semelhante à que houve em relação ao uso de cinto de segurança nos últimos anos, e que aumente a busca pelo tratamento de problemas auditivos. "Não vamos acabar com o preconceito, mas se conseguirmos minimizá-lo já será um grande avanço", afirma o presidente da ABO.

Informações detalhadas sobre a Campanha Nacional de Audição podem ser obtidas com a assessoria de imprensa responsável, pelo telefone (11) 3063-0472 ou pelo correio eletrônico edson.parente@sintoniacom.com.br.

Mariana Loiola

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