Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor
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"Acabe com o preconceito antes que ele acabe com você". "Se você não quer ter uma surpresinha, use camisinha". "As DST/Aids não escolhem cara nem sexo". "Viva com Aids no mundo, mas não viva no mundo da Aids: previna-se". Estas e outras frases compõem as campanhas de prevenção criadas por estudantes da rede pública de ensino da cidade de Feira de Santana, na Bahia. As campanhas são resultado do projeto Fique Sabendo: Viva a Vida, promovido pela organização não-governamental Movimento Viver Bem. A iniciativa, que teve início neste mês de outubro, conta com o apoio do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde e do Centro de Referência Estadual de Aids (Creaids).
O projeto Fique Sabendo: Viva a Vida tem como objetivo preparar educadores e estudantes para o desenvolvimento de ações de capacitação de monitores-adolescentes em atividades educativas de prevenção das DST/Aids. Ao mesmo tempo, o projeto faz um mapeamento da formação dos adolescentes sobre questões voltadas para a sexualidade. A proposta é elaborar um perfil do conhecimento e da prática preventiva dos adolescentes em relação à sexualidade.
A primeira intervenção foi realizada em caráter piloto no Centro Integrado de Educação Assis Chateaubriand (Cieac), com a participação direta de cerca de 240 alunos desta instituição. Mas a idéia é, em médio prazo, levá-lo para outras unidades de ensino – inicialmente, escolas públicas da cidade de Feira de Santana.
No caso do Cieac, segundo Alessandro Monte, diretor presidente da Movimento Viver Bem, os resultados do mapeamento quanto ao grau de conscientização dos adolescentes sobre as DST/Aids e sexualidade foram razoáveis. "A pesquisa que fizemos demonstrou, por exemplo, que cerca de 50% dos estudantes do sexo masculino sequer sabiam o que significa a sigla Aids", comenta. Esse diagnóstico inicial, de acordo com ele, aponta para a necessidade de políticas sociais sobre DST/Aids e sexualidade que consigam atingir o público adolescente.
Voz aos alunos
Os efeitos dessa primeira intervenção foram surpreendentes para Alessandro Monte, pois também despertaram o interesse de alunos que não se inscreveram para as atividades. "Muitos alunos não se inscreveram ou participaram por acharem que seriam palestras cansativas, nas quais apenas ouviriam. Nesse sentido, a metodologia utilizada dava aos estudantes independência no agir para interferir. O professor-monitor não passava de um moderador de discussões: foi a vez de ouvir a voz dos alunos, que trouxeram propostas e procuraram intervir de acordo com seus próprios conhecimentos", afirma.
As dinâmicas e as discussões foram divididas entre os grupos de trabalhos formados pelos adolescentes, que também foram estimulados a criar suas próprias campanhas de conscientização e de prevenção de DST/Aids, levando em consideração aspectos referentes a sexualidade, preconceito e discriminação. "O tema da homossexualidade na escola apareceu em diversos momentos, sempre em tom respeitoso", acrescenta Alessandro.
Ao final das atividades, foram obtidos resultados animadores e propostas interessantes. Os próprios alunos propuseram a criação de núcleos de estudos na escola para que eles possam disseminar o aprendizado em outras instituições de ensino.
Paralelamente à intervenção no ambiente escolar, a ONG Movimento Viver Bem, que procura destacar a importância de efetivar ações de promoção da cidadania e intervenções educativas, busca parcerias com jornais, rádios e TVs, a fim de divulgar em maior proporção os trabalhos de prevenção das DST/Aids.
Mais informações sobre o projeto Fique Sabendo: Viva a Vida e sobre a atuação da Movimento Viver Bem podem ser obtidas pelo correio eletrônico moviverbem@hotmail.com.
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