Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
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Trata-se de uma das doenças mais antigas e conhecidas do mundo. E permanece como uma ameaça à saúde da população - em 1993, a Organização Mundial da Saúde decretou Estado de Emergência, como enfermidade reemergente. É a tuberculose que, no Brasil, vitima cerca de seis mil pessoas todos os anos, segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde. Anualmente, são detectados 85 mil novos casos da doença no país.
Para reduzir esses índices, organizações da sociedade civil que trabalham no combate à tuberculose no Brasil firmaram, no dia 8 de novembro, a Parceria Brasileira pelo Controle da Tuberculose. A ação, proposta pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) da SVS, foi inspirada no Stop TB, iniciativa global que reúne os países que têm a tuberculose como problema de saúde pública e instituições internacionais que trabalham pela causa.
No dia 9, a SVS promoveu, em Brasília, o Fórum Parceria Brasileira contra a Tuberculose, um encontro que reuniu representantes da sociedade civil organizada que integram a Parceria e de outras instituições, com objetivo de ampliar a mobilização em torno do assunto.
O grupo brasileiro vai atuar em parceria com o Ministério da Saúde e adotar as metas para a doença definidas pelo órgão governamental, ou seja, localizar no mínimo 70% dos casos estimados anualmente para a tuberculose e curar ao menos 85% destes. O objetivo principal é formar um comitê de mobilização que atuará na difusão de informações sobre a tuberculose. A iniciativa quer aumentar a procura pelos postos de saúde e, assim, detectar novos casos, elevar o percentual de cura e reduzir o abandono de tratamento.
Foram convidados para integrar o grupo representantes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Conselho Federal de Medicina (CFM), Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), Pastoral Nacional Carcerária, Pastoral da Criança, Fundação Roberto Marinho, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), entre outros.
"Nossa intenção é aumentar o nível de mobilização contra a tuberculose, semelhante à cultura que foi desenvolvida em relação ao combate à epidemia da Aids nos últimos anos", afirma Margareth Dalcomo, presidente da Comissão de TB da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Informação e articulação
A SBPT apóia a Secretaria de Vigilância na elaboração do conteúdo do material de divulgação sobre a tuberculose, fornecendo informações sobre diagnóstico, tratamento e prevenção. "Nossa intenção é aumentar o nível da qualidade técnica dos profissionais de saúde em relação à tuberculose", afirma Margareth.
A doença está diretamente ligada à pobreza e à aglomeração urbana, explica ela. "A carência nutricional, o sistema imunológico baixo e a aglomeração populacional são fatores que contribuem para a propagação da tuberculose. Por isso, a maior incidência está em áreas de morros e favelas".
A Pastoral da Criança, outra organização integrante do grupo, pretende identificar os municípios com maior incidência da doença e comprometer lideranças locais em esforços para combater a tuberculose nesses municípios. A idéia, segundo Clóvis Boufleur, gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, é fazer uma articulação com os conselhos municipais de saúde para incluir o combate à tuberculose como uma das prioridades nesses municípios. "Estamos esperando o mapeamento oficial do governo", informa.
A instituição também vai desenvolver material educativo para divulgar informações sobre a doença para as milhares de famílias acompanhadas pela Pastoral, além de distribuir o material produzido pelo governo. O jornal da Pastoral que chega às famílias e as rádios locais com as quais a entidade forma parceria em todo o país também serão usados como meio de divulgação.
Entre os resultados esperados pela Pastoral estão: incentivar as pessoas doentes a não desistirem do tratamento e fazerem uso contínuo do medicamento, além de combater o estigma de que a pessoa com tuberculose deve ser afastada do convívio. "Queremos deixar evidente de que o custo do tratamento é baixo e que a tuberculose em estado avançado é mortal", enfatiza Clóvis.
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