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Human Rights Watch denuncia "verdadeiras masmorras"

Autor original: Marcelo Medeiros

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Os centros de detenção juvenil do estado do Rio de Janeiro não respeitam os direitos humanos. São comuns casos de espancamento, de superlotação e de falta de higiene. A conclusão é da ONG Human Rights Watch, que divulgou hoje a publicação “Verdadeiras Masmorras”, um estudo sobre as condições às quais estão submetidos dezenas de jovens fluminenses. ”O Degase [Departamento Geral de Ações Socioeducativas] controla um sistema de detenção juvenil extremamente deficiente”, aponta o documento.

A Human Rights Watch visitou cinco centros de detenção de julho a agosto de 2003 e encontrou diversos problemas. Dois centros que deveriam englobar apenas jovens em fase de pré-julgamento abrigavam pessoas já sentenciadas. Os internos denunciaram abusos físicos e verbais por parte dos monitores. As queixas raramente são investigadas e nunca um monitor foi punido por conduta abusiva. O relatório afirma ainda que mais de um terço dos jovens é internado por delitos relacionados a drogas.

A falta de condições físicas também é assustadora. “Os jovens às vezes usam as mesmas roupas durante três semanas antes de serem lavadas. Muitos têm que dividir colchões de espuma esfarrapados; outros dormem no chão. À noite, têm que defecar e urinar em sacos de plástico porque os monitores não os deixam sair das celas para ir ao banheiro. Podem passar dias sem tomar banho, porque os monitores não os deixam usar os chuveiros ou porque falta água”, registra o documento.

Após concluir a investigação, a ONG entrou em contato com o governo do estado e pediu providências imediatas, mas até o momento da divulgação do relatório não havia recebido retorno. A íntegra de “Verdadeiras Masmorras” pode ser lida no endereço http://hrw.org/portuguese/reports/brazil1204/index.htm.

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