Autor original: Marcelo Medeiros
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
Uma das áreas onde mais há disputas pela propriedade da terra, local de diversos crimes ambientais e de outros tipos, como trabalho escravo, terá parte de seu território transformado em área de proteção ambiental. O anúncio foi feito no dia 14 de dezembro, pelo secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará, Gabriel Guerreiro. Naquela data, o governo federal aprovou o plano do governo do estado de criar unidades de conservação ambiental na área conhecida como Terra do Meio.
São oito milhões de hectares na região central do estado, entre os rios Xingu e Tapajós, local que abrange o território dos municípios de Rurópolis, Uruará, Altamira, São Félix do Xingu e Novo Progresso. A área faz fronteira com os territórios indígenas Arara, Kararaô e Cachoeira Seca do Iriri, ao norte; com a estrada Cuiabá-Santarém, a oeste; com o Rio Xingu, ao leste; e com as terras indígenas Kayapó, ao sul. Ela possui grande diversidade biológica e é uma das maiores reservas de mogno do país.
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam) do Pará está desenvolvendo um programa piloto de zoneamento econômico-ecológico no município de Moju. Lá estão sendo executadas ações de titulação de terra, manejo florestal e de arranjos produtivos envolvendo 150 famílias.
Nos próximos dias 20 e 21, o Ministério do Meio Ambiente e a Sectam farão audiências públicas em São Félix do Xingu e Altamira para discutir onde serão criadas as unidades de conservação.
A violência e a quantidade de disputas pela exploração de riquezas levou o coordenador de campanha pela Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, a chamar a região de “o” problema amazônico. “Altamira e São Félix são o ‘eixo do mal’ da Amazônia”, ironiza Adário, que já foi ameaçado de morte após denunciar a exploração ilegal de mogno na área, em 2001.
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