Autor original: Maria Eduarda Mattar
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Diversas são as organizações e coalizões internacionais que se mobilizaram para ajudar as vítimas das ondas gigantes que atingiram o sudeste asiático no dia 26 de dezembro. As ONGs levam alimentos, medicamentos, kits de primeiros-socorros, roupas e diversos outros artigos necessários às milhões de vítimas das tsunamis, que se formaram em função do terremoto que aconteceu perto da costa da ilha de Sumatra. O terremoto foi o mais intenso em 40 anos, alcançando 9,0 pontos na escala Richter. Mais de 150 mil pessoas morreram.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que ao todo cinco milhões de pessoas foram afetadas — incluindo feridos, desaparecidos, desabrigados e moradores de áreas alagadas. Os países mais afetados pelo maremoto foram Bangladesh, Índia, Indonésia, Maldivas, Myanmar, Sri Lanka, Tailândia e Somália (África).
De forma imediata, entidades com atuação internacional começaram a enviar ajuda às áreas atingidas, como Sri Lanka, Indonésia, Índia e Tailândia. Além de grandes organizações não-governamentais com representações em variados países do mundo, organismos internacionais do sistema Nações Unidas montaram esquemas especiais para ajudar as vítimas, desabrigadas e, por causa da escassez de água potável, ainda mais vulneráveis a doenças e possíveis epidemias.
A coalização Habitat Internacional - Rede sobre Direito à Moradia e à Terra, através de seu Programa Regional na Ásia Meridional (www.hic-sarp.org), está em contato com as entidades associadas presentes nas áreas afetadas. Em Nova Déli, a organização integra o Comitê Déli de Ajuda ao Tsunami, que pretende coordenar as ações com as instituições locais. Para mais informações sobre essa iniciativa, escrever para Malavika Vartak, pelo correio mvartak@hic-sarp.org, ou para Vishal Thakre, através do vthakre@hic-sarp.org. A Associação para o Desenvolvimento da Índia (AID) está trabalhando entre as comunidades afetadas em Tamil Nadu, na Índia meridional. Contribuições podem ser feitas pela Internet, em http://survivors.aidindia.org.
A Oxfam - organização de combate à pobreza e à injustiça presente em mais de 100 países - vem enviando continuamente suprimentos para as regiões atingidas. Espera-se chegar a mais de 600 mil pessoas, levando água, material para saneamento, alimentos, abrigo e outros itens considerados essenciais pela ONG para auxiliar na recuperação da tragédia. Só os associados da Oxfam doaram mais de 4,5 milhões de libras esterlinas, cerca de R$ 16 milhões, para ajudar as vítimas nos países asiáticos.
A Via Campesina – uma rede mundial de organizações e movimentos de pequenos agricultores - lançou campanha internacional de ajuda a camponeses dos países atingidos. Das mais de 70 organizações da Via Campesina em todo o mundo, 29 - entre comunidades de pescadores, extrativistas e agricultores - estão em 12 países do continente asiático. A organização constituiu uma comissão que coordenará a coleta de fundos a serem destinados diretamente às entidades asiáticas.
“A filosofia de auxílio da Via Campesina é que nossas comunidades devem participar diretamente e ser os atores do processo de reconstrução, conferindo às organizações camponesas e de pescadores o papel de coordenação na mobilização e no apoio. (...) O êxito dos auxílios locais e organizados autonomamente pela sociedade civil local em desastres anteriores na América Latina, na África e na Ásia, em contraste com desmobilizadores e ineficientes programas impostos por governos, marcaram momentos cruciais no desenvolvimento de movimentos sociais em que os marginalizados assumem o controle de suas próprias vidas”, afirma o documento de convocação da campanha.
A Care – ONG internacional que há 58 anos desenvolve ações para atender situações de emergência – está com o foco das atividades na distribuição do SWS (Safe Water System), ferramenta que permite desinfetar água suja diretamente no ponto de uso, além do envio de alimentos. Para contribuir com as ações da Care na Ásia, entre em www.careusa.org ou www.careaustralia.org.au.
No Brasil, a Cruz Vermelha recolheu alimentos e materiais. Continua recebendo doações em dinheiro, pois mantimentos podem estragar na viagem; com o dinheiro, pode-se comprar os alimentos e medicamentos próximo às regiões afetadas. Mais informações pelo telefone (21) 2221-0658. O movimento Viva Rio e o consulado do Sri Lanka estão recebendo doações, que podem ser feitas na sede da ONG, que fica na Rua do Russel, 76, na Glória, Rio de Janeiro, RJ.
Órgãos oficiais também recebem doações
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) abriu uma conta especialmente para arrecadar fundos destinados a atender os cerca de 1,5 milhão de crianças e adolescentes – segundo estimativas da instituição - que sobreviveram aos tsunamis. A maioria delas é órfã ou ainda sem contato com a família. De acordo com o Unicef, com 16 centavos pode-se comprar um pacote de terapia de reidratação oral para tratar uma criança com desidratação severa. Além disso, R$ 14 seriam suficientes para comprar um kit emergencial com medicamentos e equipamentos médicos para cobrir as necessidades básicas de saúde de uma pessoa por três meses.
O Unicef espera arrecadar US$ 81 milhões para cobrir os custos básicos de assistência a crianças e suas famílias. Os recursos serão utilizados na compra de medicamentos, suplementos alimentares, pastilhas de purificação de água, tanques de armazenamento de água potável, colchões, cobertores e material escolar, informou o Fundo. Mais informações sobre a conta em www.unicef.org.br.
Os grupamentos de defesa civil de várias cidades brasileiras estão recebendo doações. No Rio, todos os quartéis de bombeiros da capital e da Baixada Fluminense recebem os donativos.
Veja abaixo outras informações sobre a ajuda humanitária de ONGs às vítimas do maremoto na Ásia. As notícias sobre cada organização e sobre novas iniciativas estão sendo atualizadas à medida em que recebemos novos dados:
ActionAid arrecada fundos para as vítimas das tsunamis
13 de janeiro de 2005
A ActionAid Internacional - organização não-governamental que existe há mais de 30 anos, com atuação em mais de 40 países, dentre eles, Índia, Tailândia e Bangladesh - está participando do esforço mundial de socorro às vítimas do maremoto na Ásia. Nesse momento, as ações da organização estão concentradas na Índia, mas membros e voluntários estão se articulando para atuar também no Sri Lanka e na Tailândia, além de contribuir no trabalho de ajuda em Andaman, Ilhas Nicobar e Maldivas. No sudoeste da Índia, a ActionAid está presente em Tamil Nadu, Andaman & Ilhas Nicobar e Kerala, em conjunto com uma rede de ONGs daquele país. No Brasil, a ActionAid pede para que as doações sejam feitas no Banco Bradesco, agência 1444-3, conta corrente 24927-0. Os recursos arrecadados serão encaminhados para os escritórios na Ásia, e as contas serão auditadas pela KPMG. Quem prefere apoiar através de cartão de crédito, pode enviar a doação por meio do endereço www.actionaid.org.br - Campanha de Apoio às Vítimas das Tsunamis. A ActionAid Brasil disponibilizará em sua página na Internet informações atualizadas sobre as ações de ajuda às vítimas da tragédia e sobre o volume de recursos arrecadados, bem como a prestação de contas de sua aplicação, auditadas pela KPMG.
Save the Children divulga boletim sobre atuação na Ásia
14 de janeiro de 2005
A Save the Children é outra das várias ONGs que está ajudando as vítimas do maremoto na Ásia. Na Índia, a organização está em processo de recrutamento de um grupo de 50 funcionários de emergência para trabalhar no local. No Sri Lanka, a entidade distribuiu cestas básicas para 37 mil famílias nas áreas mais atingidas do país. Na Tailândia, atua no apoio da reunião dos órfãos com seus parentes mais próximos. Mais informações sobre a atuação da organização e a situação dos países afetados podem ser obtidas em www.scslat.org/admin/boletin/vboletin.php?xleng=p&xbol=6&xnumero=6.
Aldeias Infantis SOS ampliam assistência aos sobreviventes do maremoto na Ásia
17 de Janeiro de 2005
As equipes das Aldeias Infantis SOS continuam prestando atendimento de emergência aos sobreviventes do maremoto na Ásia, em especial no Sri Lanka e no sul da Índia, onde a organização já tem uma forte presença. O objetivo principal é ajudar as crianças afetadas pela catástrofe. As áreas mais atingidas continuam com alojamentos provisórios, precisando de assistência médica e psicológica, alimentos, medicamentos e apoio financeiro. Além disso, as Aldeias Infantis SOS estão desenvolvendo programas para ajudar as populações que começam a retornar para suas cidades. Entre as ações que estão sendo realizadas está a construção de centros de proteção com capacidade para abrigar até 1,5 mil crianças por um período de três a cinco meses, até que seus pais e parentes consigam reconstruir suas vidas. As famílias também estão recebendo auxílio financeiro de cerca de US$ 300, cada, para que possam construir moradias provisórias, comprar utensílios básicos da casa e da cozinha e garantir dois meses de alimentação. Como grande parte das famílias atingidas seria de comunidades de pesca, as Aldeias Infantis SOS também estão incentivando a formação de cooperativas, compostas por 10 a 12 famílias, que receberão ajuda para a compra de barcos e equipamentos de pesca, permitindo que possam o mais rápido possível retomar sua principal fonte de renda.
Mais informações sobre o apoio das Aldeias Infantis SOS e sobre como contribuir podem ser obtidas no endereço www.sos-childrensvillages.org. Para saber mais sobre as Aldeias Infantis SOS Brasil (em www.aldeiasinfantis.org.br), basta entrar em contato pelo telefone 0800-160633 ou pelo correio eletrônico comunicação@aldeiasinfantis.org.br.
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