Autor original: Luísa Gockel
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![]() Kim Kyung-Hoon | ![]() |
O consulado do Sri Lanka no Rio de Janeiro lançou, no dia 27 de dezembro, a campanha SOS Sri Lanka, para recolher doações para as vítimas do maremoto que destruiu parte do país no fim do ano passado. Com apenas duas semanas de campanha, já foram recolhidas 700 toneladas de donativos, como alimentos não-perecíveis, roupas, remédios e água. O cônsul Sohaku Bastos se diz impressionado com a grande solidariedade dos brasileiros e afirma que o Brasil já figura em terceiro lugar da lista dos países que mais recolheram doações de sua população para ajudar as vítimas da tsunami no Sri Lanka. Afirma, no entanto, que o Sri Lanka ainda depende de ajuda para reconstruir, principalmente, a sua infra-estrutura e aconselha aqueles que pretendem colaborar a contribuírem com dinheiro para que as obras possam ser concluídas no país e a embaixada possa custear o frete dos donativos.
A Embaixada do Sri Lanka em Brasília disponibilizou uma conta no Banco do Brasil para recolher as doações. Quem quiser ajudar pode depositar qualquer quantia na conta corrente 46034-6, agência 1606-3. De acordo com o cônsul, existem várias contas abertas para ajudar o país, mas a embaixada só se responsabiliza por essa. "Todo o dinheiro doado vai passar por uma auditoria e depois será encaminhado para o governo do Sri Lanka", garante. Apesar da grande mobilização da comunidade internacional, Bastos afirma que os recursos doados ainda estão aquém do necessário para a reconstrução do país. "Temos 1 milhão de desabrigados e faltam recursos para recuperar a parte de infra-estrutura, como as estradas. Falar de estado de calamidade pública é pouco. Estamos numa situação de desgraça", relata, lembrando que o país enfrenta agora o período das monções, caracterizado por chuvas torrenciais e ventos fortes.
Sohaku Bastos conta que recebeu a orientação do governo do Sri Lanka para que, quem não puder contribuir com dinheiro, que priorize a doação de remédios e água. "Temos centenas de voluntários no 23º Batalhão da Polícia Militar (RJ) para organizar e encaixotar os donativos que chegam de todo o país", explica. As doações serão enviadas por avião, em função de parceria do governo brasileiro com a Varig, e por navio.
O cônsul também destaca o importante papel das ONGs na campanha. "Recebemos 30 toneladas de doações da Ação da Cidadania contra a Miséria, a Fome e pela Vida e o Viva Rio também tem contribuído. São ajudas importantes e que são muito bem-vindas", afirma. A solidariedade do brasileiro, segundo Bastos, tem impressionado muito o governo do Sri Lanka e já existe um movimento para tornar o Rio de Janeiro e Colombo, capital cingalesa, em cidades irmãs. "Só um povo irmão poderia se solidarizar dessa forma. Nossa presidente [Chandrika Kumaratunga] está muito comovida", conta.
Sohaku Bastos diz que ainda não sabe até quando vai a campanha porque o país ainda precisa de muita ajuda. "Sabemos que mesmo três meses de duração será pouco, pois o que houve foi uma tragédia", diz. De acordo com a página na Internet do consulado (www.consulanka.org.br), até o dia 10 de janeiro, os depósitos na conta da Embaixada do Sri Lanka no Banco do Brasil somavam a quantia de R$ 429.080,30.
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