Autor original: Luísa Gockel
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
Com o objetivo de contribuir com a inclusão digital das comunidades da microrregião do Médio Jaguaribe, a aproximadamente 400km de Fortaleza (CE), o Instituto Elo Amigo inaugurou o primeiro de um total de seis telecentros comunitários que vão ajudar cinco municípios do semi-árido cearense – Acopiara, Iguatu, Jucás, Orós e Quixelô. O principal objetivo é contribuir para que os 44 mil jovens dessa região – aproximadamente 23% da população local – utilizem a tecnologia da informação para a construção e o exercício da cidadania.
O Instituto Elo Amigo, com sede em Iguatu, no interior do Ceará, coordena o Comitê para a Democratização da Informática da Microregião do Médio Jaguaribe (CDI-MMJ) desde 2001 e já implantou um total de nove telecentros e escolas de informática e a meta é de que, até o fim do ano, todas as comunidades da região sejam beneficiadas. A microrregião foi criada pelo CDI em outubro de 2000 para combater a exclusão digital na região. "Trabalhamos nessas comunidades com desenvolvimento de jovens há três anos, e a inclusão digital é uma das vertentes", afirma o diretor do Instituto, Eleudson Queiroz. Ele explica que a inauguração dos telecentros só foi possível graças à parceria com o Banco do Brasil, que permitiu a doação de 60 computadores. O objetivo do BB seria alcançar a marca de 48 telecentros comunitários no estado.
Parte da rede funcionará com o sistema operacional Kurumin Linux – software de código-fonte aberto. Por enquanto quatro dos seis novos telecentros vão operar com o programa, mas Queiroz garante que em breve toda a rede será incluída. "Algumas máquinas são pequenas e têm de operar com o Windows, mas o nosso objetivo é conseguir parcerias para que todos os telecentros possam fazer seu trabalho a partir do software livre", diz.
O diretor diz que a chave para o funcionamento dessas unidades está nas comunidades. "O nosso trabalho é feito a partir de parcerias com a comunidade e com organizações da região. Uma equipe de voluntários do Instituto faz a capacitação dos monitores nesses municípios e a manutenção dos telecentros é responsabilidade da própria comunidade", afirma Queiroz. Ele explica que serão promovidas aulas de informática com uma mensalidade bem baixa, só para cobrir os custos da manutenção e das bolsas dos monitores. "Em um telecentro mais antigo nós cobramos R$ 1 pelo acesso à Internet por uma hora, só para cobrir os custos", conta.
Queiroz explica que em breve todos os seis novos telecentros terão acesso à Internet. Em alguns municípios, que são pequenos – com no máximo 90 mil habitantes –, não existem provedores de Internet, então o acesso depende de parcerias com essas empresas. "A opção nesses lugares é a conexão via satélite, que é muito cara. Por isso estamos estudando a forma mais viável. Mas a idéia é fazer com que essas comunidades possam se comunicar entre si e com o mundo", diz.
Até o fim de 2005, Queiroz espera que mais cinco unidades sejam inauguradas, beneficiando todas as comunidades da microrregião e intensificando o combate à exclusão digital nesses municípios.
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