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Para um maior desenvolvimento comunitário

Autor original: Maria Eduarda Mattar

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor

O Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis) acaba de lançar a Coleção Idis de Investimento Social, composta por uma série de livros que trazem ferramentas para auxiliar organizações da sociedade civil, governo e empresas a desenvolverem projetos sociais que estimulem a participação da comunidade. Célia Schlithler, coordenadora do Núcleo de Investimento Social Comunitário (Iscom) do Idis, explica como surgiu a idéia da coleção: “A produção de conhecimento é um dos objetivos do Idis. Por isso sempre procuramos sistematizar nossas práticas para disseminá-las”.

Os textos foram produzidos dentro das atividades do programa Doar, iniciado em 1999, em seis cidades do estado de São Paulo, a fim de melhorar a eficiência e a eficácia dos recursos privados destinados a fins sociais e, deste modo, provocar transformações sociais em âmbito local. Em cada um dos municípios, representantes dos três setores da economia local - público, privado e sem fins lucrativos – se comprometeram a contribuir para o desenvolvimento social de suas comunidades.

Os participantes tiveram apoio técnico, receberam bibliografia de referência e ferramentas de trabalho. Reunidos em seminários regulares, foram capacitados em uma série de temas. Paralelamente, os participantes transmitiam as informações obtidas para o público local e davam início ao processo de criação ou fortalecimento de uma organização local que abrigasse as atividades do programa.

Em todas as seis cidades que participaram da primeira edição do programa - Botucatu, Guarulhos, Limeira, Penápolis, Santa Bárbara d’Oeste e São José dos Campos - foram criadas organizações sociais formalizadas que reúnem representantes de empresas, do setor público e de organizações da sociedade civil. A segunda edição do programa, implementada em Belo Horizonte, gerou a Rede pela Educação Infantil (Redin), que também reúne representantes dos três setores.

“O projeto elaborado para a segunda etapa do Programa Doar (2003 – 2005) – financiado pela Interamerican Foundation – incluiu a produção da coleção, que apresenta a concepção e os principais componentes da metodologia do instituto, sobretudo o Investimento Social Comunitário”, explica Célia. Para ela, o aspecto mais inovador dessa coleção é “pensar o investimento social privado a partir do desenvolvimento do protagonismo da comunidade, do foco em talentos e recursos (e não em problemas) e da formação de redes intersetoriais”.

Apesar do foco nas comunidades, elas não participaram diretamente na elaboração dos textos. Mas, segundo a coordenadora do Iscom, é importante lembrar que os livros são resultado do processo de aprendizagem dos autores enquanto trabalhavam em projetos com as comunidades. “Seguramente eles não poderiam ter sido escritos sem a participação daqueles que tanto se dedicaram, e continuam se dedicando, à formação para o desenvolvimento social”, acredita.

Os três primeiros livros da Coleção Idis de Investimento Social já foram publicados. Os títulos são “Repensando o Investimento Social: A Importância do Protagonismo Comunitário”, “Desenvolvimento Comunitário Baseado em Talentos e Recursos” e “Redes de Desenvolvimento Comunitário: Iniciativas para a Transformação Social”. Os dois primeiros são de autoria de Lycia Tramujas Vasconcellos Neumann e Rogério Arns Neumann; o terceiro tem como autora a própria Célia Schlithler.

No total, são cinco livros. O próximo a ser publicado – “A empresa na comunidade, um passo-a-passo para estimular sua participação social”, de autoria de Carla Duprat – será lançado em fevereiro. O último volume da série – “Comunidade: foco de filantropia e investimento social privado”, escrito por Marcos Kisil – deve chegar ao público em junho.

Os livros podem ser encontrados em livrarias, mas a coordenadora do Iscom avisa que nas seis cidades participantes do Programa Doar já está sendo feita a distribuição dos livros. “O Idis analisará os pedidos de doação vindos de entidades comunitárias”, explica Célia. Ela espera que a coleção “provoque reflexões e forneça ferramentas para que essas organizações desenvolvam capital humano e social, condições fundamentais para desenvolverem ações transformadoras”.

Maria Eduarda Mattar

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