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Instrumento afinado com a educação

Autor original: Mariana Loiola

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor





Instrumento afinado com a educação
Divulgação

Até o dia 10 de março, estarão abertas as inscrições para a seleção de projetos do Instituto Junia Rabello (IJR), do Banco Rural. A entidade apoiará iniciativas que utilizem a música como instrumento de educação e formação de crianças e adolescentes. Cerca de R$ 50 mil anuais serão destinados a cada iniciativa selecionada.

Desde 2003, o Instituto Junia Rabello apóia projetos de arte e cultura com foco em educação, voltados para crianças e adolescentes em situação de risco social. No seu primeiro ano de atuação, a entidade investiu R$ 1,2 milhão em 20 projetos sociais. Aproximadamente oito mil crianças e adolescentes foram beneficiados em dez estados brasileiros. O bom resultado obtido em projetos de música fez com que o processo de seleção se modificasse em 2004.

"Os projetos de música despertaram mais a nossa atenção, pois ouvimos depoimentos que contribuíram para que as crianças ficassem mais disciplinadas, mais calmas, principalmente em escolas. Elas melhoraram a atenção e até as notas", diz Lêda Rabello, diretora-presidente do Instituto Junia Rabello.

Assim, a música passou a ser o tema da seleção de projetos sociais do Instituto. Em 2004, a entidade apoiou 21 novos projetos além de outros seis mantidos do ano anterior. Foram mais de cinco mil crianças e adolescentes beneficiados com projetos de música como instrumento na área de educação, no último ano.

De acordo com Lêda, mais 20 novos projetos, aproximadamente, deverão ser apoiados em 2005, além daqueles cujo financiamento poderá ser renovado. Poderão participar da seleção instituições não-governamentais sem fins lucrativos que estejam constituídas juridicamente há mais de um ano e escolas públicas. Além disso, o projeto a ser apresentado deve ser dirigido para crianças e adolescentes em situação de risco social e estar de acordo com os princípios e objetivos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A análise e seleção será feita por uma comissão de especialistas do terceiro setor. O monitoramento dos projetos apoiados é feito de perto por funcionários do Banco Rural que se apresentam como voluntários. "Fora as visitas que eu faço pessoalmente", acrescenta a presidente do Instituto.

Uma das impressões que Lêda teve nessas visitas é que as crianças agora vislumbram um futuro para elas. "Algumas disseram que nunca poderiam imaginar ter a oportunidade que estão tendo. Na Oficina de Lutheria, em Uberlândia, alguns meninos já falam que vão criar a sua própria fábrica de violões", conta.

Na Oficina de Lutheria as crianças construíram 35 violões e desenvolveram noções de musicalidade. Clemilda Bueno, coordenadora da Oficina, conta que o índice de participação foi de 100%. "Alguns, agora, querem aprender a tocar violão", diz. O Instituto Junia Rabello pretende incentivar o intercâmbio entre os participantes da Oficina de Lutheria e da Orquestra de violões, de Belo Horizonte (MG), outro projeto apoiado pelo Instituto. "Desse intercâmbio podem sair até outros projetos", sugere Lêda.

Marcos Lacerda, coordenador do projeto Ilha Musical, do Instituto Terrazul, no Rio de Janeiro (RJ), conta que o trabalho com 70 jovens de comunidades de baixa renda, usando coral, percussão, flauta e violão, ajudou a mudar o relacionamento dos jovens nas suas famílias e nos estudos. "A música trabalha a sensibilidade dos jovens. Eles descobrem novas aptidões e se sentem mais seguros e capazes de mudar a sua própria", afirma. O grupo gravou um CD e foi convidado a se apresentar em diversos eventos.

A ficha de inscrição e mais informações sobre como se inscrever para seleção de projetos do Instituto Junia Rabello podem ser obtidas em www.institutojuniarabello.org.br ou pelo telefone (31) 3239-5659.

Mariana Loiola

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