Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
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Suscitar o reconhecimento da arte como elemento fundamental para o desenvolvimento social: este é o grande desafio do Fórum Nacional de Arte-cidadania, constituído no dia 30 de janeiro, durante o V Fórum Social Mundial (FSM). O Fórum Nacional de Arte-cidadania foi proposto na I Conferência Brasileira de Arte-cidadania, iniciativa do Instituto Gtech, que reuniu no evento, em Porto Alegre, representantes de iniciativas de arte-cidadania, produtores culturais, arte-educadores e profissionais ligados aos campos da arte, cultura e educação. Entre os objetivos do Fórum estão articular o setor da arte-cidadania no Brasil; multiplicar iniciativas nessa área; promover o papel transformador da cultura e ser uma instância de formulação e proposição de políticas públicas para o setor.
O Instituto Gtech, que tem a arte-cidadania como tema central das atividades, pensou em como poderia engajar todo o setor para propor uma pauta política a fim de influenciar políticas públicas que tivessem a cultura como elemento central. "Percebemos que as iniciativas da área de arte-cidadania precisam de articulação e de uma agenda política para alcançar o patamar de política pública. Aproveitamos, então, a oportunidade do FSM para levar essa questão e transformá-la em um movimento", conta o coordenador-executivo do Instituto Gtech, Leonardo Brant. Ele ressalta que a arte contribui para o desenvolvimento humano, social e comunitário, pois possibilita ao sujeito social ter uma maior capacidade de se situar em relação ao outro e à sociedade.
A conferência reuniu aproximadamente 250 pessoas e 35 instituições para participar dessa discussão. Os seminários, debates e proposições realizados durante do evento culminaram com a Carta de Proposição do Fórum Nacional de Arte-cidadania, assinada pelos participantes e encaminhada ao mural de propostas do FSM 2005. De acordo com a Carta, o conceito de arte-cidadania pressupõe "a cidadania como um processo pró-ativo e a arte como canal para transformação".
Com base no conteúdo desse documento, será consolidada uma agenda política, no primeiro grande encontro presencial do Fórum, que deverá ser realizado no segundo semestre, de acordo Leonardo Brant. "A idéia é que essa agenda tenha um peso político suficiente para alcançar instâncias governamentais, internacionais e artísticas e o terceiro setor", afirma.
Além da formulação e proposição de políticas públicas para a arte-cidadania, o Fórum pretende ainda fazer um levantamento das iniciativas de arte-cidadania no Brasil; promover a troca de experiências; discutir a autonomia e sustentabilidade deste campo de atuação e a formação de profissionais; entre outras propostas.
O pontapé inicial foi dado no FSM; agora o trabalho será pela implementação da iniciativa. O Instituto Gtech se propõe a mapear iniciativas de arte-cidadania e ser um facilitador do debate entre os agentes e instituições. Para isso, foi construído um site sobre arte-cidadania (ver link ao lado) e de iniciativas no setor. A expectativa é que esse mecanismo virtual de comunicação traga a adesão de agentes e instituições do setor que não participaram diretamente do FSM 2005.
"O Fórum é um grupo de organizações e pessoas que pode até vir a se constituir juridicamente, mas por enquanto não tem essa pretensão. Mesmo assim, pode ser um instrumento efetivo de promoção da arte-cidadania. Democratizar a arte é o nosso objetivo final", afirma Leonardo.
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