A redução da verba para a campanha do Dia Mundial de Combate à AIDS de R$ 6,5 milhões para R$ 1,5 milhões e a submissão da campanha à Frente Parlamentar da Família, noticiada no dia 20 de novembro na coluna do Ancelmo Gois (Jornal O Globo) é mais um exemplo do retrocesso vivido na luta contra a epidemia de HIV/AIDS no Brasil. A diminuição desse recurso é um duro golpe para a mobilização da sociedade brasileira no enfrentamento da AIDS. Um dos maiores triunfos do programa de AIDS brasileiro, uma referência mundial pelos seus bons resultados, foi a participação da sociedade civil na conformação e implementação de políticas e ações de prevenção e assistência. Em diversos espaços de discussão, a necessidade de elaboração e divulgação de campanhas de informação periódicas sempre foi destacada não só pela sociedade civil organizada, mas também pelo próprio governo. Porém, atualmente, como se não bastasse a ausência de campanhas durante o ano, agora assistimos o esvaziamento do Dia Mundial de Combate à AIDS promovido pelo próprio Ministério da Saúde.É inaceitável que seja o próprio governo o responsável pelo desmonte dos bons resultados até agora conquistados. A notícia da drástica redução de recursos para a campanha do Dia Mundial de Combate à AIDS é mais um exemplo da negligência com que a AIDS e outras doenças que afetam o Brasil vem sendo tratadas.Como demonstração de um mínimo de transparência, solicitamos mais explicações sobre a grande redução de recursos para a campanha e também por que submeter a campanha a Frente Parlamentar da Família, sabidamente controlada por parlamentares evangélicos. Num país em que a AIDS é caracterizada como uma epidemia concentrada em homossexuais, prostitutas e usuários de drogas injetáveis, pode ser um desastre submeter uma campanha de AIDS a tal Frente Parlamentar.Se já existe constituída uma Frente Parlamentar de AIDS, por que não envolvê-la? Aguardamos respostas.Fonte: ABIA
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