Autor original: Fausto Rêgo
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A disponibilidade de armas pequenas nos países devastados pela guerra constitui um grave perigo para a população civil. Trabalhadores e agências humanitárias enfrentam diariamente essas conseqüências e, de fato, são suas vítimas com freqüência cada vez maior. Não obstante, nem sempre se compreende bem a extensão dos efeitos desses acontecimentos: afetam a oferta de ajuda, impedem o acesso aos locais e a assistência sanitária, destroem comunidades, possibilitam o alistamento de crianças-soldados e favorecem a violência contra as mulheres. As feridas irrecuperáveis, tanto físicas quanto psicológicas, e a divisão das comunidades são resultado da falta de respeito aos direitos humanos e aos princípios humanitários mais básicos.
Esta situação não deve ser considerada inevitável. Se a comunidade humanitária está comprometida em dar assistência à população civil, não deve permanecer alheia aos fatores que podem reduzir a duração, a intensidade e a letalidade dos conflitos. A comunidade internacional está conscientizando-se da necessidade de enfrentar a questão da disponibilidade e da utilização indevida de armas de pequeno porte. Serão necessários recursos notáveis, vontade política e ação por parte de todos os agentes para pôr fim a esta crise de segurança humana. Estou convencido de que a comunidade humanitária pode desempenhar um papel-chave.
Esta chamada à ação apresenta uma perspectiva acessível de amplitude dos impactos humanitários provocados pelas armas pequenas. Além do mais, merece meu elogio, por apresentar também um conjunto de iniciativas práticas e realistas que a comunidade humanitária poderia adotar para se dedicar a fundo a solucionar esse problema. Em face da proximidade dos prazos críticos e das oportunidades de ação dentro do processo da ONU sobre armas pequenas (em julho de 2005 e 2006), estas são algumas sugestões bastante oportunas. Saúdo a aparição deste informe do Centro para o Diálogo Humanitário como um recurso real para passarmos das palavras à ação.
Jan Egeland, subsecretário geral de Assuntos Humanitários e coordenador de Assistência de Emergência do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Este texto é o prólogo do relatório "As armas, em seu lugar". O documento completo (em espanhol) está disponível na área de Downloads desta página.
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