Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
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Grupos e organizações de mulheres têm até 4 de abril para encaminhar propostas ao V Concurso de Projetos para Mulheres, promovido pelo Fundo Angela Borba. Podem participar da seleção grupos ou organizações administrados ou dirigidos por mulheres e que se dediquem a trabalhar com e para mulheres e meninas, desde que não tenham cunho religioso ou partidário. O valor dos projetos a serem apresentados deverá estar na faixa de R$ 2 mil a R$ 5 mil.
Desde 2001, quando lançou a primeira edição do concurso, o Fundo Angela Borba capta e distribui recursos a fim de fortalecer iniciativas de grupos e organizações que desenvolvam ações em beneficio de mulheres, suas famílias e comunidades. Os projetos devem possibilitar às mulheres condições e oportunidades de transformação da realidade. “São projetos bem específicos, feitos por mulheres e voltados para mulheres”, reforça Madalena Guillón, coordenadora geral do Fundo Angela Borba.
Para o concurso deste ano, o Fundo conta com recursos da Fundação Levis, unicamente para os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, do Global Fund for Women e do Mama Cash, para serem aplicados em todas as demais regiões.
No Rio e em São Paulo, o V Concurso pretende selecionar iniciativas que se dedicam à promoção de oportunidades de geração de renda; à ampliação do acesso à educação não-formal, englobando atividades de capacitação, ou profissionalizantes, principalmente as não tradicionais para mulheres (como eletricistas, bombeiras, pintoras de paredes, mecânicas de automóveis etc.) e que tenham possibilidade de gerar renda no futuro; e à melhoria das condições de saúde das mulheres, incluindo direitos reprodutivos e sexuais, prevenção à gravidez na adolescência e prevenção às infecções sexualmente transmissíveis que tenham um componente de combate ao estigma e ao preconceito contra os portadores do vírus HIV/aids.
Nas demais regiões do país, as áreas apoiadas serão: geração de renda; ampliação do acesso à educação formal e não-formal; saúde das mulheres; combate à violência contra as mulheres; apoio à arte e à cultura; defesa do direito à diferença; preservação do meio ambiente; e inclusão digital.
A relevância, o impacto social, a potencialidade multiplicadora e difusora e a defesa e promoção dos direitos humanos das mulheres são alguns dos critérios que serão levados em conta na avaliação. “Mesmo um projeto de geração de renda tem que ter um componente de formação das mulheres e promoção de direitos”, afirma a coordenadora geral do Fundo. Terão prioridade organizações ou grupos com menos acesso a recursos.
“Recebemos mais ou menos 300 projetos de todo o país, a cada edital”, afirma Madalena Guillón. O número de projetos selecionados varia. “Pode ser entre 20 e 25. No ano passado, por exemplo, foram selecionados 22 projetos”.
Os projetos selecionados deverão ter início em julho e um prazo máximo de implementação de doze meses. Todos terão o acompanhamento de profissionais do Fundo Angela Borba. Alguns projetos não selecionados poderão fazer parte de um Banco de Projetos, com possibilidade de serem apoiados posteriormente pelo Fundo.
O grupo Arteiras, por exemplo, foi uma das iniciativas bem-sucedidas selecionadas em dois concursos do Fundo Angela Borba. Formado por mulheres de cinco comunidades da Grande Tijuca, no Rio de Janeiro, o grupo realiza um trabalho de sensibilização e formação em economia solidária. Elas desenvolvem trabalhos com papel, costura, culinária e cosméticos e ainda realizam capacitações nas áreas de saúde e violência. “Elas tiveram bons resultados, inclusive na formação das mulheres nos seus direitos, e conseguiram várias parcerias”, diz Madalena.
O edital do V Concurso de Projetos para Mulheres do Fundo Angela Borba está disponível em www.angelaborbafundo.org.
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