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Gestores jovens em rede

Autor original: Italo Nogueira

Seção original: Novidades do Terceiro Setor





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Desde sua criação, em 1998, a Organização Brasileira de Juventude (OBJ) foi responsável pela capacitação de mais de 700 gestores em políticas públicas para a juventude. Agora a entidade inicia uma nova fase, em que procura estimular a troca de experiências entre os profissionais da área para potencializar os projetos voltados para a juventude e promover as políticas públicas entre os governantes.

A Rede Nacional de Gestores Jovens, financiada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, é voltada para organização governamentais e não-governamentais e tem como objetivo principal facilitar a elaboração de projetos para a juventude através da integração entre os órgãos gestores e seus representantes dos diversos municípios. Alonso Coelho, coordenador financeiro e de Gestão de Informação da OBJ, indica que atualmente a rede de colaboração entre as instituições do setor é mínima, prolongando o tempo de elaboração dos projetos. “A maioria absoluta dos gestores não conhece as diversas experiências que estão ocorrendo no Brasil sobre o tema e, portanto, acaba desenvolvendo o seu trabalho de forma muito isolada e, muitas vezes, tendo que refazer o caminho já feito por outras iniciativas”.

Como ferramentas para facilitar a troca de experiências, a rede criará uma lista de discussão em que as informações circularão por correio eletrônico, de forma descentralizada, e um espaço no site da OBJ. Além disso, uma equipe de técnicos organizará os dados e técnicas desenvolvidos pelos integrantes da rede para melhorar o acesso. “Ao terem acesso ao máximo de informações possível, potencializaremos suas ações e estaremos contribuindo para a formação de uma nova cultura na gestão pública, que possa ver os jovens como solução dos problemas que eles herdaram das gerações anteriores”, comenta Coelho.

A rede foi construída a partir das discussões de colóquios regionais realizadas nas capitais dos estados participantes do projeto: Fortaleza (CE), Teresina (PI), Rio Branco (AC), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Palmas (TO). Os encontros tiveram como objetivo aperfeiçoar a metodologia de trabalho em rede e definir os temas que serão aprofundados em cada cidade. “Todos os estados já têm novos encontros agendados, e a cada colóquio a secretaria executiva do estado migra para outro município-sede”, comenta Alonso Coelho.

Para integrar as entidades locais, a rede pretende criar secretarias executivas em cada estado para coordenar o armazenamento de informação e desenvolver a cultura do trabalho em rede. A consolidação dessas secretarias é vista como essencial para o sucesso do projeto. “É dos estados e municípios que sairão todas as informações para a construção do banco de dados. É lá que buscaremos a essência do viver em rede, que para nós é muito mais do que trocar informações, é vivenciar experiências comuns, agir coletivamente”, explica Coelho.

No entanto, mesmo cada região tendo problemas específicos, Alonso Coelho indica que pode-se verificar uma deficiência em grande parte das instituições do setor: a falta de estrutura. Desse modo, ao mesmo tempo em que procura reunir as iniciativas locais, a iniciativa também construiu um espaço para que a rede não se limite a cada localidade, abrangendo todo o país. No mês de março realizou-se o 1º Encontro Nacional de Gestores Jovens, cujo tema foi “Trabalhando em rede para a construção de novos paradigmas para as políticas públicas no Brasil”, que procurou fundar as bases estruturais da rede nacional. O encontro teve a participação da secretária-adjunta da Secretaria Nacional de Juventude – criada no início de fevereiro –, Regina Novaes, e do coordenador de políticas públicas de juventude do estado do Rio de Janeiro, Wilson Sombra. “O encontro foi um fato político importantíssimo. Tivemos 17 estados representados, com todas as juventudes partidárias com representação no Congresso Nacional, e ONGs de todo o país”, comemora Alonso Coelho.

Promovendo as políticas públicas para a juventude

A rede tem também como meta a inclusão das políticas públicas na pauta do governo. Alonso Coelho comenta que o desconhecimento sobre o tema muitas vezes atrase a implementação de projetos já desenvolvidos. “Mesmo quando há uma política clara e objetiva por parte de juventudes e jovens que compõem o governo, é muito rara a disponibilização de recursos financeiros e materiais para o organismo de juventude, hoje”.

Indicando que o tema não será deixado de lado, o governo federal criou em fevereiro o Conselho e a Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência, junto com o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem). Coelho acredita que a criação do órgão é uma vitória da juventude e aponta para uma mudança do cenário das políticas públicas da área. Resta saber se terá o prestígio político para conseguir verba para a implementação dos projetos já existentes.

Italo Nogueira

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