Autor original: Joana Moscatelli
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
Buscando dar apoio a ações alternativas que promovam a cidadania e a igualdade de gênero, raça/etnia e classe, o Programa Gênero, Reprodução, Ação e Liderança (Gral) 2005 seleciona dez projetos individuais que estejam comprometidos com a intervenção social dentro das áreas de direitos sexuais e reprodutivos.
O programa é uma iniciativa da Fundação Carlos Chagas em parceria com o SOS-Corpo – Instituto Feminista para a Democracia e é financiado com recursos da John D. and Catherine T. MacArthur Foundation. A intenção é construir espaços de diálogo entre experiências muito diversificadas e colaborar para a criação de um acervo documental de ações de intervenção.
Os candidatos devem ter no máximo 35 anos e é desejável ter experiência em movimentos sociais, intervenção ou serviços nas áreas de direitos humanos, gênero e saúde sexual e reprodutiva. O objetivo é incentivar o protagonismo juvenil, contribuindo para o enriquecimento do debate acerca dos direitos reprodutivos.
Albertina de Oliveira Costa, da Fundação Carlos Chagas, afirma que o programa quer ajudar a formar líderes no campo dos direitos sexuais e reprodutivos. "Estamos preocupados com a formação de jovens protagonistas, por isso queremos dar apoio a suas ações individuais. Não é obrigatório que esses jovens tenham vínculo institucional, mas isso ajudaria na implementação do projeto. No entanto, no ano passado, por exemplo, demos duas bolsas para estudantes de 2° grau".
Em sua quarta e última edição, o Gral apoiará propostas que contemplem diferentes aspectos dos direitos sexuais e reprodutivos e que incorporem as dimensões gênero, classe, raça/etnia e geração. As áreas priorizadas são: juventude, educação para prevenção e acesso a direitos, mortalidade materna, novas tecnologias reprodutivas, sexualidade e orientação sexual, doenças sexualmente transmissíveis e aids, violência sexual, planejamento, implementação e avaliação de políticas públicas, indústria cultural e mídia, participação política e movimentos sociais.
Cada projeto selecionado receberá R$ 24 mil para um período de 12 meses e os participantes terão orientação e acompanhamento para a implementação de suas propostas. Além disso, serão realizadas duas oficinas de trabalho com a presença de consultores convidados.
O programa oferece ainda duas oportunidades de estágio na organização não-governamental SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia, com sede em Recife (PE). A duração do estágio será de dois meses e o programa cobrirá os custos com estadia e passagem.
A proposta a ser enviada deve conter um projeto de no máximo cinco páginas (com identificação do problema, objetivo e metodologia); o cronograma de atividades e o orçamento (é necessário identificar outras fontes de financiamento); currículo (de no máximo três páginas, contendo informações sobre formação, experiência profissional e em intervenção social); duas cartas de recomendação (uma dessa cartas deve expressar o apoio da instituição em que o projeto será desenvolvido) e, finalmente, uma folha de rosto com título da proposta e resumo de até dez linhas, indicação de interesse em estágio no SOS Corpo e dados pessoais do candidato (nome, nacionalidade, data de nascimento, cor, sexo e endereço completo).
As proposições devem ser encaminhadas até 27 de junho para a Fundação Carlos Chagas, cujo endereço é Av. Prof. Franscico Morato, 1565, São Paulo (SP), CEP 05513-900. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3723-3118, pelo fax (11) 3721-1059 ou pelo correio eletrônico gral@fcc.org.br.
Os projetos serão avaliados de acordo com o potencial de liderança dos candidatos, a relevância do tema e a consistência. Segundo informações da Fundação Carlos Chagas, o "objetivo primordial do programa é contribuir para a construção sólida de um modo alternativo de lidar com questões de população, enfatizando a necessidade de incorporar as desigualdades sociais baseadas no sexo, na classe e na raça no desenho e na implementação de políticas sociais, uma vez que estas desigualdades tem estado na raiz dos processos de exclusão de cidadania".
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