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Redes transparentes e democráticas

Autor original: Italo Nogueira

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor





Redes transparentes e democráticas


Diversos movimentos sociais e organizações não-governamentais de diferentes focos têm percebido as vantagens do trabalho em rede. No entanto, ao mesmo tempo em que esse tipo de intercâmbio já parece ser reconhecidamente a melhor forma de atuar, exige adaptação do cotidiano de indivíduos e organizações para que seja efetivo e eficaz. Para formar pessoas capazes de tornar essas redes mais fluentes no dia-a-dia, a Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Lideranças (ABDL) organiza o Programa Redesenvolvimento.

“É importante que os integrantes de uma rede tenham interesse, disposição e capacidade para atuar com esta metodologia, o que é mais difícil do que parece à primeira vista. O trabalho em rede baseia-se em valores e práticas não corriqueiras, como transparência, livre comunicação, colaboração e descentralização”, explica Dalberto Adulis, coordenador de Comunicação da ABDL. Segundo ele, a formulação de uma rede leva tempo e trabalho para alcançar seu objetivo. O problema principal que se encontra nesta metodologia é a dificuldade que algumas pessoas encontram em trabalhar de forma horizontal, transparente e democrática, respeitando as diversidades que existem em toda rede. “Ainda que no discurso isso possa parecer fácil, muitas pessoas ficam desconfortáveis nessas condições e acabam não contribuindo para a consolidação da cultura do trabalho em rede, em que o compartilhamento de informações, a comunicação e a colaboração são essenciais”.

O esforço inicial deve ser feito para que a rede se consolide, principalmente porque os resultados, geralmente, só vêm em longo prazo. Para Adulis, o trabalho em rede estimula aos poucos a aprendizagem, a pesquisa e a troca de informação. Este fortalecimento, tanto individual como coletivo (em cada organização ou mesmo na própria rede), tende a ter influências na própria sociedade. A rede sendo construída de forma aberta, permitindo o acesso a seus dados, favorece a disseminação da informação para toda a sociedade. Além disso, através da articulação, as organizações se fortalecem, permitindo melhor implementação de seus projetos e uma maior participação nos debates e fóruns de discussão.

Para que essas práticas sejam facilitadas, o programa Redesenvolvimento abordará o tema das redes nos aspectos do desenvolvimento (liderança, desenvolvimento sustentável, visão sistêmica, participação e cidadania), da comunicação (direito à comunicação, sociedade da informação, inclusão digital e comunicação comunitária), das redes (conceitos e tipos, planejamento, comunidades de aprendizagem e de prática, facilitação, colaboração e aprendizagem) e das tecnologias de informação e comunicação (desenvolvimento, alternativas tecnológicas, uso estratégico e apropriação social).

O programa tem apoio da Fundação Avina e da Leadership for Environment and Development International (Lead), e parceria com a Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits). Combinando encontros presenciais – com quatro seminários – e à distância, o Redesenvolvimento tem duração de um ano. Quem participar do programa poderá também comparecer, desde que atendidos alguns requisitos a serem anunciados, aos seminários nacionais e internacionais promovidos pelo Lead.

Podem participar grupos de dois a cinco integrantes de redes que visem ao desenvolvimento sustentável – em suas diferentes formas –, tenham objetivos e propósitos compartilhados, comunicação e decisão horizontal e sejam integrados por indivíduos ou organizações autônomas. As inscrições vão até o dia 10 de junho e podem ser feitas no site da ABDL (veja a área de links desta página).

Italo Nogueira


Atualização em 7 de junho de 2005: o prazo para inscrições foi prorrogado para o dia 20 de junho.

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