Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
Também conhecido como Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semi-Árido, o Programa 1 Milhão de Cisternas, desenvolvido pela Articulação do Semi-Árido (ASA), teve início em 2003. Até setembro, a articulação pretende chegar às 100 mil cisternas. A expectativa é que o programa seja concluído até julho de 2008.
Através de um método simples e eficiente, o Programa 1 Milhão de Cisternas pretende mobilizar e capacitar famílias, garantindo uma convivência adequada e digna com a região. As cisternas instaladas em 926 municípios da região do semi-árido, distribuídos por 11 estados (os nove do Nordeste, mais Minas Gerais e Espírito Santo), consistem na montagem de uma série de calhas para captação da água da chuva que cai sobre o telhado de uma residência, conduzindo-a a um reservatório de alvenaria com capacidade para 16 mil litros. Se o sistema for bem cuidado, a família tem água para beber e cozinhar por seis meses, até chover de novo, segundo a coordenação da ASA.
Silvia Picchioni, da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan), uma das ONGs integrantes da Asa, diz que, além de solucionar o problema da falta de água, o Programa 1 Milhão de Cisternas envolve uma série ações para a permanência digna da população no semi-árido. O trabalho estimula a formação e a mobilização social, a produção agrícola, a identificação dos atores responsáveis pela degradação ambiental e até mesmo a deflagração da riqueza cultural nessas regiões. “Em algumas áreas já atendemos 100% das famílias”, afirma.
As mudanças promovidas em dois anos de programa são facilmente constatadas: desde uma maior conscientização das comunidades, que passam a discutir sobre a própria situação; passando pela diminuição do número de pessoas com doenças em virtude do consumo da água contaminada e pela geração de emprego e renda para os moradores das comunidades, chegando ao aumento da freqüência escolar.
“Quando as crianças são liberadas da tarefa de carregar água juntamente com os adultos, passam a freqüentar a escola. A felicidade delas é indescritível!”, relata Sílvia.
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