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Acusado diz que não há provas

Autor original: Fausto Rêgo

Seção original: Uma entrevista semanal sobre temas relevantes para o Terceiro Setor

O governador do Ceará, Lúcio Alcântara, por meio do seu coordenador adjunto de Imprensa, Edvaldo Filho, afirma que desde o início do caso conhecido como "Pague Menos" oferece todas as condições para que o inquérito seja integralmente solucionado. Edvaldo enfatiza que todos os policiais sob investigação foram afastados assim que as denúncias foram encaminhadas à Secretaria de Segurança do Estado.

No momento, os fatos estão sob a responsabilidade de uma comissão comandada pelo promotor de Justiça do 2º Tribunal do Júri, José Filho. De acordo com o promotor, a análise dos documentos da investigação aponta para o envolvimento de Francisco Deusmar de Queirós, dono da rede de farmácias Pague Menos, com a formação de um suposto grupo de extermínio composto por policiais militares contratados para fazer a segurança das lojas. José Filho alerta que a existência do grupo de extermínio somente poderá ser comprovada com a reabertura de inquéritos já arquivados. Ele confirma que o material resultante de escuta telefônica (produto de dois anos de investigação sigilosa feita pela Polícia Federal) não cita o nome do empresário, porém no curso da apuração dos fatos foram encontrados fortes indícios da participação de Francisco. "São indícios contundentes, que poderão até levá-lo ao crivo da sociedade através do Tribunal Popular do Júri", completa.

"Nem nessa época, nem nunca"

Neuzemar Gomes de Moraes, advogado do empresário, diz que a direção da rede Pague Menos jamais contratou policiais da ativa para fazer a segurança das lojas no período de 1999 a 2002. "Nem nessa época, nem nunca. O dono da rede de farmácias nunca quis contratar segurança armada. Acontece que, depois de uma onda de assaltos às lojas, Francisco Deusmar de Queirós foi aconselhado pelo próprio Ministério Público a contratar uma empresa de segurança armada. Então o empresário contratou uma associação de policiais da reserva para fazer uma segurança velada, ou seja, não armada", explica.

Sobre a segurança das lojas, o advogado afirma que as empresas de vigiância contratadas pela rede de farmácias são legalmente constituídas – registradas, portanto, na Polícia Federal – e nega que os estabelecimentos seriam protegidos por empresas clandestinas.

O advogado questiona a existência de um grupo de extermínio formado por policiais militares atuando nas farmácias da rede. "Nesse período ocorreram mais de seis mil assaltos às farmácias, que resultaram em quatro mortes. Se houvesse um grupo de extermínio, você não acha que morreriam todos?". Para Neuzemar, o que existe são apenas conjecturas, uma vez que o nome do dono da rede não foi citado uma única vez em dois anos de escuta telefônica. "Essa denúncia não atende a nenhum requisito que sustente um processo penal. Não há nenhuma prova do envolvimento do empresário nos ditos fatos criminosos”, completa. Neuzemar esclarece que o empresário está se defendendo, acompanhando o processo e confiante na decisão dos juízes de Fortaleza e Brasília.

Viviane Gomes

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