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Planejando o combate às DST/aids

Autor original: Italo Nogueira

Seção original: Novidades do Terceiro Setor

Contribuindo para a profissionalização de ONGs e movimentos sociais que lutam contra DST/aids, o Grupo Transas do Corpo lançou a cartilha “Introdução ao Planejamento Estratégico”. A publicação, de autoria de Simone Gueresi, pretende servir como um material de consulta para a criação e manutenção do planejamento estratégico nessas entidades.

O livro aborda dois aspectos da elaboração do planejamento estratégico. Nos primeiros capítulos, introduz o assunto, explicando conceitos e a necessidade de planejar as ações. Em um segundo momento, a publicação aborda as formas práticas para este planejamento, descrevendo meios de envolver a organização na elaboração de suas atividades. Além destes itens, conta também com uma bibliografia sobre o tema.

De acordo com Lenise Borges, coordenadora do projeto "Nós e nossas instituições: cenários e perspectivas de institucionalização para ONGs/aids", o livro vem suprir uma ausência de publicações didáticas, voltado para entidades que estejam iniciando seus métodos de planejamento ou para aquelas que necessitam de um material de consulta. “Faltava uma publicação que explicasse com uma linguagem acessível os conceitos e a forma como se desenrola um processo de planejamento estratégico”, explica.

A cartilha foi organizada a partir da oficina “Introdução ao planejamento estratégico”, no âmbito do projeto “Fortalecimento institucional para lideranças feministas para o enfrentamento das DST/aids”, e contou com a monitoria de Simone Gueresi, autora da obra. A experiência foi importante para que as dificuldades de adaptação fossem verificadas na prática, o que adiantou para a autora os empecilhos na adoção dos métodos do planejamento estratégico.

“A oficina foi um exemplo prático que pôde orientar a tradução de aspectos mais teóricos e conceituais do planejamento estratégico, tendo por referência a construção coletiva vivida desse planejamento por um grupo específico. Esse processo vivenciado na oficina e objetivado na publicação favorece a transmissão das etapas de planejamento a um público maior”, explica Borges.

Uma das maiores dificuldades para a adoção do planejamento estratégico – assim como com outras formas de métodos profissionais – é a inclusão destes métodos no dia-a-dia da entidade. Segundo Borges, este problema também foi apresentado durante a oficina. “Ansiedade, resistência à mudança e a dificuldade em participar de processos mais coletivos foram algumas das dificuldades apresentadas”, conta. Ela explica que participavam desses encontros tanto pessoas que já tinham alguma experiência com o tema como aquelas que mantinham contato pela primeira vez.

Lenise Borges explica que o planejamento tem sido um imperativo na consolidação do trabalho de ONGs e movimentos sociais e cita tanto fatores externos às entidades como internos a elas. “Temos, por exemplo, as exigências da cooperação internacional no sentido do desenvolvimento institucional das ONGs e a ampliação de oportunidades no setor governamental e privado, demandando uma maior capacidade técnica e de gerenciamento, dado o aporte dessas demandas”, analisa. Como fatores internos aponta “a necessidade de otimizar respostas dentro da equipe, requerendo uma melhor distribuição de papéis e funções, e o desgaste e a frustração para a equipe na realização das ações por falta de uma ação planejada e estruturada”.

”Planejar é o processo de olhar a realidade e ir arrumando o caminho, para que se possa chegar ao objetivo desejado”, resume Lenise tanto o conceito como o objetivo da publicação.

Italo Nogueira

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