Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
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Instituições atuantes na difusão da cultura da paz iniciaram, em 25 de agosto, uma ação conjunta para multiplicar as suas idéias – o programa Gente que Faz a Paz. A iniciativa reúne a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Viva Rio, a Universidade da Paz (Unipaz), a Associação Palas Athena e a Iniciativa das Religiões Unidas (URI). O principal objetivo do programa é popularizar a cultura da paz através da capacitação de profissionais e voluntários atuantes nas áreas social, educacional e ambiental, inicialmente, nas áreas metropolitanas do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Brasília (DF). Para isso serão disponibilizados metodologias, reflexões, conhecimentos e experiências voltadas para a construção e implementação da cultura de paz.
O programa Gente Que Faz a Paz é resultado de diversas parcerias já desenvolvidas entre as instituições participantes, que servem de referência nacional e internacional nos vários campos em que atuam - entre eles educação para a paz, projetos sociais, campanhas de cidadania, mediação de conflitos, diálogo inter-religioso, direitos humanos e promoção cultural. Este know-how acumulado está sendo reunido e sistematizado para a utilização nas capacitações e para o público interessado.
“Resolvemos juntar as experiências e os conhecimentos específicos de cada instituição, além disso fizemos alguns encontros e tivemos a idéia de capacitar multiplicadores para reproduzir informações sobre cultura de paz”, conta Pedro Strozemberg, coordenador do Programa de Mediação de Conflitos do Viva Rio.
A educação é a âncora para a construção da cultura de paz, ressalta Marlova Noleto, diretora técnica da Unesco Brasil, por isso a necessidade de formar multiplicadores. “Já que as guerras nascem nas mentes dos homens, é nas mentes dos homens que as defesas da paz devem ser construídas”, cita Marlova frase contida na ata de constituição da Unesco.
Os principais fundamentos do Gente Que Faz a Paz são cinco “Ds”: Democracia, Desenvolvimento Sustentável, Direitos Humanos, Desarmamento e Diálogos. “Esses são os cinco pilares para uma sociedade que tenha como base a cultura de paz”, ressalta Pedro Strozemberg.
Kit multimídia e rede solidária
Para a capacitação das pessoas como “agentes da paz”, as organizações parceiras do projeto elaboraram em conjunto um kit multimídia composto por um vídeo institucional, um CD de música, o livro "A Arte de Viver em Paz" (de Pierre Weil), a cartilha "Paz, como se faz?", o informativo "Brasil Sem Armas", um manual sobre resolução de conflitos, o livreto "Cultura de Paz – princípios, exemplos e instrumentos" e um cartaz que procura sintetizar os diversos aspectos de uma cultura de paz em construção.
O “kit da paz” é a ferramenta que vai orientar os educadores e os agentes do Gente que Faz a Paz em seu trabalho diário. Esse material também está disponível na Internet - em www.gentequefazapaz.org.br - com o intuito de facilitar o acesso ao seu conteúdo e popularizar sua utilização.
Os agentes que participarão das capacitações - militantes de direitos humanos, professores, advogados, jornalistas, artistas, religiosos, líderes comunitários e voluntários - serão indicados pelas instituições integrantes do programa. Essas pessoas deverão estar ligadas a algum programa social. “A idéia é potencializar pessoas que já estão engajadas num trabalho na área social”, diz Pedro.
Os agentes serão convidados a integrar uma rede solidária de cooperação na perspectiva de desenvolvimento da cultura de paz no Brasil. A rede será alimentada por encontros mensais e pela internet, visando o apoio mútuo e o intercâmbio de experiências.
O programa – que conta com o apoio financeiro da Caixa Econômica Federal, Brasil Telecom, Furnas, Unesco e Ministério da Cultura – prevê a capacitação de nove turmas e cerca de 280 pessoas nos três estados, até dezembro. No dia 29 de agosto, teve início a primeira capacitação de agentes da paz do Rio de Janeiro. Em 2006, as instituições deverão monitorar a aplicação do projeto nas comunidades.
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