Autor original: Mariana Hansen
Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor
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Inspirado em uma iniciativa norte-americana chamada TV-Turnoff Network, foi criado o projeto Desligue a TV. A idéia é simples: todas as pessoas têm o poder de determinar que papel a televisão terá em suas vidas. Ou seja: em vez de apenas reclamar e esperar uma programação melhor, por que não desligar a televisão e viver a vida ao vivo?
Uma das iniciativas do projeto é a organização da Semana do Desligue a TV, que já acontece desde 1995 nos Estados Unidos e em 2005 contou com a adesão de mais de oito milhões de pessoas nos 50 estados norte-americanos.
Trata-se de um esforço concentrado e organizado de várias entidades para que, durante uma semana do ano, as pessoas não liguem as televisões de suas casas, optando por participar de atividades sociais com a família e a comunidade. Para isso, são oferecidos vários programas, como parques com shows e atividades esportivas, cinemas e teatros com promoções e horários alternativos, museus com programação e preços especiais, festivais de música e poesia, além de educadores falando sobre o tema, reaprendendo e ensinando a ver televisão de uma maneira mais crítica.
Além dos EUA, Canadá e México também participam do evento, que acontece simultaneamente nos três países. Os próximos a aderirem à Semana são Taiwan, Coréia do Sul, Itália, Noruega e o Brasil, onde a organização ficará a cargo do Instituo Alana. A entidade conheceu o projeto ao participar de um congresso sobre consumo infantil, no primeiro semestre deste ano, e decidiu trazê-lo para o país.
Segundo Marcos Nisti, responsável pelo projeto, uma das principais razões que motivaram a sua implantação no Brasil foi a gravidade das estatísticas sobre o tempo gasto em frente à televisão e os reflexos desse hábito na saúde, especialmente em crianças.
Atualmente, os trabalhos estão voltados para a preparação da primeira Semana do Desligue a TV no Brasil, que acontece de 24 a 30 de abril de 2006. “A nossa projeção, o nosso sonho para a primeira Semana do Desligue a TV no Brasil, é que seja mais forte do que foi nos Estados Unidos no seu primeiro ano, já que agora esse assunto é mais debatido do que era na época”, diz Marcos.
A equipe do Desligue a TV, além de organizar a Semana, trabalha ainda na promoção de debates sobre o tempo gasto diante da televisão, na realização de pesquisas sobre o tema, no incentivo à leitura e ao diálogo nas comunidades. Discute ainda a qualidade e a falta de originalidade em investimentos publicitários. O site do projeto mantém um banco de dados com atividades alternativas que podem ser promovidas nos ambientes de convívio social.
Quanto à participação da sociedade, Marcos explica que as pessoas contribuem quando conversam e discutem o tema e quando enviam novas idéias para a equipe do projeto – ou seja, quando fazem o que podem, em seus próprios ambientes, para divulgar a idéia. “O evento, na verdade, é proposto pela sociedade. A missão do Desligue a TV é dar apoio e promover a troca de informação, para que as idéias e propostas brotem da própria sociedade. O Desligue a TV é como um quartel-general de troca de idéias”, complementa.
No Brasil já houve campanhas isoladas sobre o “excesso” de televisão, como a da MTV Brasil – “Desligue a televisão e vá ler um livro!” – e a da TV Cultura, que incentivavam as pessoas a procurar outras atividades culturais longe da tela da televisão.
Marcos afirma que “o projeto não é de combate à televisão, pois, primeiramente, reconhecemos sua importância na sociedade. E, em segundo lugar, porque o Brasil tem umas das melhores televisões do mundo”. Segundo ele, o objetivo é promover um debate sobre o papel da TV na vida das pessoas, e para isso buscam o apoio das emissoras.”Elas são parceiras, não inimigas”, ressalta.
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