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Alfabetização premiada

Autor original: Marcelo Medeiros

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor






Alfabetização premiada
www.aliancapelainfancia.org.br

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) está promovendo um concurso internacional para eleger os melhores programas de alfabetização da América Latina e Caribe. O primeiro colocado receberá mil dólares de prêmio. O segundo e o terceiro, US$ 500. Serão concedidas ainda cinco menções honrosas. O objetivo da premiação é prestigiar metodologias inovadoras de ensino para jovens e adultos, principalmente as direcionadas a mulheres e populações indígenas. O prazo de inscrição termina em 31 de dezembro. Os vencedores serão anunciados no dia 15 de fevereiro.

Podem se inscrever programas executados por organizações da sociedade civil que estejam em andamento há pelo menos um ano e utilizem material educativo próprio para ensinar jovens e adultos a ler e escrever em seus idiomas. A apresentação da iniciativa deve ser feita em até 30 páginas. Podem ser anexadas fotos, assim como mapas, figuras, vídeos e os próprios materiais usados nas aulas. Tudo deve ser enviado para o endereço mjauregui@unesco.cl. Todos os requisitos do relatório estão na página www.unesco.cl/esp/sprensa/eventos/90.act.

Na carta devem constar diversas informações, que vão desde o nome da entidade até a metodologia de ensino, passando pelos resultados e pela forma de financiamento. O texto deve conter os antecedentes do projeto, como a gravidade do problema do analfabetismo na região onde atua e seu contexto histórico e social. Também devem constar na apresentação a origem do programa, data de lançamento, duração e os princípios que regem a atividade.

As metas precisam estar claras, assim como uma descrição da metodologia de ensino, os modos de produção ou aquisição dos materiais de ensino e aprendizagem, a forma de avaliação dos alunos e os mecanismos de financiamento. É preciso ainda descrever como os professores são escolhidos e treinados, além das técnicas de sensibilização da opinião pública.

A Unesco também pede que os inscritos digam quais são as principais diferenças entre o programa e outros existentes em seu país, tanto em relação à forma de ensino e público atendido como à sua sustentabilidade. É necessário expor detalhadamente os resultados. Entre eles, o número de participantes, índices de repetência, qualificações adquiridas pelos participantes, a quantidade de pessoas que continuaram a estudar mesmo depois de serem alfabetizadas, além do número de materiais produzidos e de bibliotecas criadas. Também são considerados interessantes relatos de como a atividade melhorou a vida da comunidade, o envolvimento dos moradores com o programa e seu impacto sobre outras ações de alfabetização no país.

Não se pode deixar de lado ainda a descrição dos problemas encontrados em quaisquer aspectos e os planos futuros da entidade em relação ao projeto.

Além da Unesco, promovem o concurso o Conselho de Educação de Adultos da América Latina (Ceaal) e o Centro de Cooperação Regional para a Educação de Adultos na América Latina e Caribe (Crefal).

Na América Latina e no Caribe, existem 42 milhões de pessoas analfabetas com mais de 15 anos. Dessas, 23 milhões, ou 54%, são mulheres. Da população adulta, ou seja, com mais de 24 anos, 10,3% não sabem ler nem escrever. Já entre os jovem (entre 15 e 24 anos), o percentual é mais baixo: 4%. Os dados são da Unesco e se referem ao período entre 2000 e 2004.

Marcelo Medeiros

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