Autor original: Luísa Gockel
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
Protestos sempre marcaram as reuniões da OMC desde a sua criação, há dez anos. O encontro de Hong Kong não deve ser diferente. De acordo com as autoridades locais, estão sendo esperadas na cidade cerca de 25 mil pessoas para o evento, das quais 10 mil devem ser manifestantes.
Boa parte dos que vão para protestar deve ser de pequenos agricultores da Coréia do Sul, motivados pela repercussão do suicídio de um conterrâneo durante protestos na reunião de Cancún, há dois anos. A Coréia do Sul é conhecida pelas altas barreiras tarifárias para importações.
Lançada em setembro de 2004, a Hong Kong People´s Alliance on WTO (HKPA) é uma rede de organizações da sociedade civil que inclui sindicatos, ONGs, associações de estudantes e igrejas baseados na cidade. Desde que foi criada, a entidade vem organizando seminários e outros eventos para discutir e, sobretudo, criticar a política e a atuação da OMC nesses dez anos. Durante a reunião, a HKPA vai promover manifestações contra a entidade e uma assembléia pública sobre temas relacionados à OMC.
De acordo com Gerardo Quezon Corpuz, da Federação Nacional de Pescadores Artesanais das Filipinas (Pamalakaya), a expectativa da HKPA é que haja uma mobilização mundial contra o que chama de "década de exploração promovida pela OMC". A Pamalakaya tem 100 mil membros e é uma das organizações que compõem a HKPA.
“Esperamos que os movimentos sociais cheguem a um veredicto contra o monopólio de interesses dentro da OMC, comandado por nações poderosas do ponto de vista comercial, como Estados Unidos, Japão e Alemanha”, afirma Corpuz. Segundo ele, a HKPA está convocando ativistas de todo o mundo para protestar contra a OMC e “seu regime de escravidão moderna”.
Para Kwok Kam-lam, da Federação de Sindicatos de Hong Kong, que também faz parte da HKPA, não deve haver diálogo com a OMC. “Devemos dizer não à OMC e a qualquer tipo de acordo em Hong Kong. Dez anos de OMC são o bastante”, defende.
De acordo com a cartilha “OMC 10 anos bastam!”, organizada pela Campanha Brasileira contra a Alca e pela Via Campesina, entidades das Américas também estão se mobilizando para combater “a agenda neoliberal da OMC”.
O documento aponta diversos compromissos assumidos pelas ONGs no 5º Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (RS). Entre eles está a luta contra os acordos de livre comércio, principal objetivo da OMC.
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