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Os dez menos

Autor original: Luísa Gockel

Seção original:

Congoleses arrasados pela guerra e por doenças







Os dez menos
Henk Braam/MSF

A carência e a violência extremas enfrentadas por milhões de congoleses da República Democrática do Congo (RDC) passam despercebidas para o resto do mundo. Desde meados de novembro, conflitos reiniciados entre o Exército Congolês (FARDC) e os rebeldes Mai Mai já deslocaram dezenas de milhares de pessoas em toda a província de Katanga, no sudeste da RDC. Num episódio, no início de dezembro, homens armados atacaram um campo para deslocados em Katanga, obrigando cerca de 3 mil pessoas a fugirem novamente para não serem mortas. Essa enorme violência é apenas um capítulo mais recente dessa histórica violência enfrentada pelo povo da RDC. Mais de uma década de guerras e devastação levou à falência um sistema público de saúde que já era fraco e espalhou a miséria por todas as partes do país.

Durante o ano passado, o nordeste das regiões de Ituri, Norte Kivu e Kivu Sul foi novamente o epicentro de violência, com inúmeras facções em conflito pelo controle dos recursos da região, saqueando civis e cometendo violência sexual contra mulheres. Entre janeiro e maio, MSF atendeu cerca de 80 mil civis em Ituri que haviam fugido de suas casas por causa do medo e da insegurança. Os programas emergenciais de ajuda humanitária dos MSF no Congo representam hoje a maior mobilização da organização no mundo, e pesquisas recentes realizadas por MSF revelam um comovente aumento da mortalidade infantil e da desnutrição severa em inúmeras regiões – seis vezes maiores do que os índices considerados emergenciais na violenta cidade de Lubutu e cinco vezes maiores na relativamente estável cidade de Inongo. As pesquisas também mostram que poucas pessoas têm acesso às estruturas de saúde, mesmo em áreas não afetadas pela violência, em parte porque elas não podem arcar com os preços cobrados, tornando ainda maior o peso sobre um povo que sofre com doenças como malária, HIV/Aids e cólera. Apesar de a guerra ter acabado oficialmente em 2003, a situação se deteriora, enquanto os esforços políticos e de paz ainda não foram traduzidos em melhores condições de vida para a maioria dos congoleses e a situação permanece terrível em diversas partes do país.

Necessidades assustadoras, insegurança e resposta insatisfatória para os chechenos que vivem com medo

Encurralados entre as forças da Federação Russa e os grupos armados da Chechênia, os civis traumatizados continuam tendo que suportar o peso deste desgastante conflito e percebem que não há nenhum lugar onde possam ir para se sentirem seguros. Levados de volta dos acampamentos na Ingushétia para a Chechênia, milhares de civis retornaram relutantes para suas casas destruídas, apenas para relembrarem do que haviam fugido: medo, violência e um sentimento crescente de isolamento. As autoridades dizem que a situação na Chechênia já está “normalizada”, mas a chamada operação ‘pente fino’ para encontrar rebeldes suspeitos, acidentes com mina terrestre, desaparecimentos e a violência cometida por milícias locais ainda são bastante comuns.

Com a presença internacional limitada por causa da insegurança, MSF encontrou formas de apoiar as estruturas de saúde, realizar projetos cirúrgicos e iniciar programas de assistência em diversas regiões da Chechênia, com profissionais locais. No Hospital 'Number Nine' em Grozny, apoiado por MSF e o maior centro de traumatologia da Chechênia, profissionais trataram centenas de pacientes vítimas da violência de guerra, no ano passado, inclusive muitos com ferimentos de bala e de minas terrestres. Muitos chechenos retomaram suas vidas como deslocados internos precariamente, já que suas casas foram destruídas ou suas cidades ainda estão inseguras demais. As condições de vida das dezenas de milhares de pessoas que permaneceram na Ingushétia oscilam entre o ruim e o insuportável, com superlotações, umidade excessiva e prédios em ruínas, o que favorece o surgimento de doenças como a tuberculose (TB) e a pneumonia. “Recentemente, é o sentimento de desespero absoluto e de desesperança o mais difícil de tratar”, disse uma enfermeira de MSF na Ingushétia – ela própria deslocada da Chechênia. Enquanto a insegurança persistir em toda a região, a ajuda humanitária internacional ficará bastante restrita, mas o conflito na Chechênia já sumiu da agenda política internacional.

Capital do Haiti destruída por ondas de violência

Muitas pessoas na capital do Haiti, Porto Príncipe, estão encurraladas pela violência generalizada que atingiu a cidade desde que o Presidente Jean-Bertrand Aristide foi levado ao exílio em fevereiro de 2004. Pessoas vêm sendo feridas e mortas, intencionalmente ou não, por todas as facções armadas durante conflitos nas favelas que ficam na costa, ou nos “bairros populares”, e a violência – tanto por motivações políticas quanto criminal – se espalha por toda a cidade. MSF tratou mais de 2.250 pessoas de ferimentos relacionados à violência em 2005, num centro de traumatologia montado na capital, incluindo 1.500 pessoas com ferimentos de bala. Metade dos assistidos era mulher, criança ou idoso, revelando o peso que a violência tem sobre os civis.

Assustada com insegurança cada vez maior, em julho, MSF fez um apelo a todos os grupos armados para que respeitassem a segurança dos civis e permitissem que os feridos tivessem acesso à assistência médica emergencial. No dia seguinte, no entanto, o centro de traumatologia de MSF recebeu 27 feridos a bala – a maioria mulheres e crianças - durante todo um dia de operação militar realizada pela Missão de Estabilização da ONU no Haiti (MINUSTAH), na favela de Cité Soleil, a região mais violenta da capital. Em agosto, MSF reabriu o Hospital Choscal e o Centro de Saúde Chapi no coração da favela, onde 250 mil pessoas vivem em absoluta pobreza, e excluídas de qualquer tipo de assistência à saúde. Em apenas três meses, MSF realizou 12 mil atendimentos de saúde e tratou mais de 800 pacientes que precisavam urgentemente de cuidados médicos. “Os civis em muitas partes de Porto Príncipe lutam para sobreviver”, disse Ali Besnaci, coordenador geral de MSF no Haiti. “Todos os dias, pessoas de toda a cidade nos contam que nunca vivenciaram tanta violência como agora”.

Nenhuma P&D de instrumentos para o tratamento do HIV/Aids adaptados para locais pobres

O quadro geral é bem conhecido. Mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo têm HIV/Aids, e a cada dia, 8 mil pessoas morrem de doenças relacionadas à Aids – 1.400 delas são crianças. Enquanto a pandemia de HIV/Aids recebe boa cobertura da mídia, quase nenhuma atenção é dada para a quase total falta de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos instrumentos especificamente adaptados para os pacientes mais afetados pela crise da Aids: aqueles que vivem na pobreza no mundo em desenvolvimento. Diagnosticar o HIV em bebês, por exemplo, requer altíssima tecnologia, portanto, poucas crianças infectadas pelo HIV podem iniciar o tratamento que prolonga suas vidas e metade morre antes de completar dois anos de vida. Mesmo que a criança seja diagnosticada a tempo, não há formulações pediátricas de anti-retrovirais fáceis de tomar, como as combinações três-em-um que existem para adultos.

Reduzir o peso da pandemia requer também investimentos substanciais em testes de diagnóstico para identificar a infecção pelo bacilo da tuberculose (TB) – a principal causa de morte entre as pessoas vivendo com HIV/Aids. O teste de escarro atualmente utilizado tem mais de 100 anos de idade e apresenta falhas na detecção da TB em pacientes co-infectados pelo HIV/Aids. Além disso, instrumentos adicionais que permitam aos médicos reconhecerem a falha do tratamento com anti-retrovirais, trocando os pacientes para tratamentos com medicamentos mais eficientes; e combinações fáceis de usar (três-em-um) de medicamentos de segunda geração, para que os pacientes não tenham que tomar uma enorme quantidade de comprimidos quando trocarem o tratamento são questões que precisam ser rapidamente resolvidas. Sem P&D para novos medicamentos e diagnóstico para adaptar o tratamento do HIV/Aids à realidade das pessoas que vivem em áreas empobrecidas, assim como maior acesso a tratamentos mais recentes, a catástrofe do HIV/Aids pode, assustadoramente, se tornar ainda mais devastadora.

Conflitos no nordeste da Índia afetam pesadamente os civis

Os civis que vivem nos estados de Assam e Manipur, no nordeste da Índia, continuam sendo afetados por freqüentes ondas de violência política, religiosa e étnica, assim como por intermináveis conflitos entre o governo indiano e grupos militantes. Mais de 90 pessoas foram massacradas no distrito de Karbie Anlong em Assam durante as últimas ondas de violência e os assassinatos por vingança em outubro de 2005. Os combates – muito comuns no nordeste da Índia – levaram cerca de 40 mil pessoas a deixarem suas casas em Karbie Anlong e nas proximidades do distrito de Norte Cachar em busca de segurança nas montanhas vizinhas.

Nos últimos cinco anos, mais de 150 mil pessoas fugiram de suas casas na região por causa da violência. Sem comida, abrigo e outros recursos, os deslocados ficam sem escolha e são obrigados a se reunir em campos superlotados montados pelo governo local, onde a falta completa de produtos vem provocando surtos de sarampo, diarréia e outras doenças. Autoridades vêm mantendo milhares de pessoas em condições deploráveis nesses campos por mais de oito anos. Em Goiramari, os deslocados ficaram tão desesperados que ameaçaram fazer uma greve de fome. A negligência do governo, o medo de grupos armados e a pobreza permanente também contribuíram para o esfacelamento do sistema de saúde existente na região. A malaria é um enorme problema e poucas pessoas têm acesso a tratamento efetivo, e MSF espera tratar 50 mil pessoas contra a doença em Assam só em 2006. A crise no sistema de saúde pode ser sentida também no peso cada vez maior imposto pelo HIV/Aids e no crescente número de pessoas vivendo com tuberculose em Manipur. Apesar de existir tratamento para as duas doenças, a grande maioria dos civis encurralados na zona de conflito não consegue receber os cuidados médicos que necessitam.

A guerra acabou oficialmente, mas necessidades urgentes não são atendidas no sul do Sudão.

Quando o governo do Sudão e o Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA – sigla em inglês) assinaram um acordo de paz em janeiro de 2005, a guerra civil mais longa da África oficialmente chegou ao fim. Mas a esperança – assim como a atenção da mídia – durou pouco. Um ano após, aqueles mais afetados pelos 20 anos de conflito ainda não viram nenhuma melhora nas suas condições terríveis de vida. As emergências de saúde recorrentes, os combates esporádicos (em Upper Nile e Equatoria Ocidental) e um provável retorno em massa de refugiados para áreas com pouco ou nenhum acesso a cuidados de saúde significam que muitas pessoas irão depender da ajuda humanitária por muito tempo ainda.

A quase total falta de infra-estrutura significa que mesmo os cuidados mais básicos de saúde estão longe de serem atendidos para a maioria, causando inúmeros problemas que vão desde doenças facilmente evitadas por vacinas como o sarampo, a doenças endêmicas tratáveis como a malária e a tuberculose (TB). Muitos pacientes precisam andar dias a fio até Akuem, em Bahr-El-Ghazal, para chegar ao hospital de MSF – um dos únicos hospitais em funcionamento em toda a província. MSF também oferece tratamento para o calazar (leishmaniose visceral) em Upper Nile e para a doença do sono na Equatoria Ocidental. E com 6 milhões de pessoas dependentes de doações de alimentos, não é preciso muito para que famílias entrem numa crise nutricional grave. Em 2005, a falta de chuvas combinada ao retorno de milhares de deslocados e refugiados de países vizinhos agravou a segurança alimentar da região que é considerada crônica. Ao longo do ano, MSF tratou milhares de crianças com desnutrição severa em Upper Nile, Jonglei e Bahr-El-Ghazal, enquanto pouco foi preparado para receber as centenas de milhares de pessoas que deverão retornar ao sul do Sudão este ano. Isto vai apenas piorar a já precária situação enfrentada pelas pessoas na região, onde recursos são mínimos e as infra-estruturas estão em ruínas.

Somalianos enfrentam conflitos e miséria

Desde 2001, a Somália tem sido um país sem um governo central constituído. Catorze anos de conflito levaram as estruturas públicas de saúde ao colapso e deixaram o país sem qualquer tipo de serviços de saúde. Na maior parte do país, clínicas e hospitais foram saqueados ou fortemente destruídos por grupos armados, enquanto a ONU estima que haja apenas 4 médicos e 28 enfermeiros ou parteiras para cada 100 mil pessoas. Muitas vezes as pessoas viajam cerca de 700 quilômetros para chegar a um dos únicos centros de saúde existentes. O resultado dessa situação tem sido catastrófico com desnutrição, pobreza absoluta e seca sendo apenas alguns dos flagelos enfrentados hoje pelos somalianos. A falta de chuva do ano passado – uma das piores secas enfrentadas pela Somália nos últimos 12 anos – pode deixar 2 milhões de pessoas que vivem no sul do país sem alimentos nos próximos seis meses. Poucas agências de ajuda humanitária, no entanto, escolhem trabalhar na Somália porque a violência é generalizada e a estrutura de clãs no país é bastante complexa. Sem nenhum serviço público de saúde sendo oferecido, há uma demanda absurda por cuidados médicos.

MSF vem trabalhando no país desde 1986 e oferece assistência emergencial nas áreas mais afetadas do sul e do centro da Somália. Além de serviços básicos de saúde as equipes de MSF realizam cirurgias, tratam pacientes com tuberculose (TB) e calazar (leishmaniose visceral), e oferecem assistência pediátrica e alimentação terapêutica para crianças severamente desnutridas. Mas a assistência está longe de atender a demanda, e milhares de somalianos continuam morrendo na sombra desta esquecida tragédia.

Colombianos encurralados pela violência e pelo medo

Poucas mudanças em 2005 para os colombianos afetados pelos conflitos civis que há 40 anos atingem o país. Há décadas, forças militares governamentais, grupos paramilitares e guerrilhas armadas vêm travando uma guerra onde o narcotráfico e os conflitos sobre recursos naturais são o pano de fundo, aterrorizando e visando civis tanto em áreas urbanas e rurais. A violência continua sendo a principal causa de morte no país, e mais de 3 milhões de pessoas já fugiram de suas casas. A Colômbia tem hoje o terceiro maior número de pessoas internamente deslocadas (IDPs) do mundo, atrás apenas do Sudão e da República Democrática do Congo, com muitas pessoas buscando segurança e anonimato nas favelas nos arredores das grandes cidades onde a pobreza, as doenças e a violência são assustadoras. Cerca de 62 mil pessoas foram deslocadas apenas no primeiro semestre de 2005 – um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Recentemente, as equipes de MSF em Córdoba e Norte de Santander levaram assistência emergencial a pessoas vítimas de ataques e deslocamento. Grupos armados de todos os lados do conflito utilizam o deslocamento de civis como estratégia de guerra, enquanto a violência contínua contra os civis em todo o país, incluindo execuções e seqüestros, provoca deslocamentos e a piora da saúde mental. E mesmo que os deslocados tenham direito de receber benefícios sociais e médicos do governo da Colômbia, o medo e a falta de informação fazem com que muitos permaneçam sem registro e, portanto, sem acesso a assistência. Num esforço para aliviar o sofrimento, MSF oferece serviços essenciais de saúde em Caqueta, Choco, Córdoba, Sucre, Bolívar, Nariño, Norte de Santander, Tolima, Cundinamarca e Bogotá, e realiza clínicas móveis para chegar 'as pessoas que vivem nas áreas mais remotas do país.

Situação de insegurança que já era ruim piora no norte de Uganda

Por quase 20 anos, o povo no norte de Uganda vem sofrendo com um violento conflito, incluindo ataques feitos pelo Exército de Resistência do Senhor (LRA, sigla em inglês) e deslocamento forçado por parte do governo. Hoje, mais de 1,6 milhão de pessoas – quase 80% da população da região norte do país – estão em campos que oferecem uma falsa sensação de segurança e praticamente nenhuma assistência. Enquanto os índices de mortalidade por causa da violência continuam subindo, muitas pessoas morrem desnecessariamente de doenças facilmente evitadas como malária, infecções respiratórias e diarréia. A maioria dos deslocados que vivem nos campos nas cidades de Gulu, Lira, Pader, Kitgum, Apac, e Katakwi mal consegue sobreviver em condições deploráveis, diante de uma falta crônica de alimentos e água. Enquanto famílias lutam para sobreviver ao estresse da guerra e do deslocamento, a pobreza e a alta prevalência de doenças como HIV/Aids ameaçam desmantelar todo o tecido social. Emboscadas violentas contra civis e profissionais de ajuda humanitária nos distritos de Kitgum e Pader, no final de 2005, aumentam o medo da população e piora uma situação já desesperadora para centenas de milhares de pessoas. O assassinatos fizeram com que MSF, em novembro, apelassem a todas as partes em conflito para que respeitassem a segurança e a liberdade de movimento dos civis, assim como a independência e a segurança dos profissionais humanitários. As equipes de saúde de MSF em toda a região continuam oferecendo ajuda emergencial, mas alertaram que caso a insegurança persista, a assistência às pessoas deslocadas – lamentavelmente inadequada há anos – pode ser reduzida ainda mais.

Aprofundamento da crise na Costa do Marfim

A guerra na Costa do Marfim que teve início em 2002 causou a morte de milhares de civis e forçou centenas de milhares de habitantes desesperados a fugirem de suas casas. Também destruiu o sustento de muitos fazendeiros, prejudicou gravemente o sistema de saúde e deixou muitos marfinenses – principalmente os mais vulneráveis - sem cuidados básicos de saúde ou sem comida suficiente. Novamente, a violência reiniciou em novembro de 2004 e em fevereiro de 2005, causando ainda mais mortes, ferimentos e deslocamentos. Os civis também enfrentam a constante ameaça de violência mesmo com a presença de forças da ONU e francesas patrulhando os 2 mil quilômetros de fronteira que dividem o país ao norte e ao sul.

A recente formação de um governo de transição oferece alguma esperança, mas nenhuma ajuda imediata para dezenas de milhares de pessoas afetadas por doenças tratáveis como malária e sarampo. Não há nenhum sistema de saúde viável na maior parte do país, e MSF mantêm projetos em ambos os lados da linha de frente – sendo com freqüência a única a oferecer cuidados primários e secundários de saúde gratuitamente. Em hospitais em Bouaké, Man, e Danané, e centros de saúde e clínicas móveis em Bangolo, Kouibly, Guiglo, e Bin Houin, MSF oferece cuidados médicos essenciais, incluindo consultas pediátricas, serviço de emergência e atendimento obstetrício e ginecológico, além de cirurgias. Clínicas móveis no oeste do país levam cuidados de saúde àqueles que vivem nas áreas mais isoladas. A malária é uma enorme ameaça em todo o país e MSF tratou mais de 70 mil casos em 2005.

A separação de familiares e a chegada de soldados deixaram muitas mulheres e meninas vulneráveis à violência sexual, prostituição, gravidez indesejada, e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). As equipes de MSF no oeste da Costa do Marfim encontraram índices alarmantes de DSTs – apenas um dos inúmeros problemas de saúde enfrentados pelos marfinenses - e começaram a oferecer tratamento contra o HIV/Aids e a TB, juntamente com autoridades nacionais.

* Relatório da ONG Médicos sem Fronteiras sobre os dez conflitos mais negligenciados pela mídia em 2005.





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