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Tendências na cooperação internacional brasileira

O Inesc e a Christian Aid lançam pesquisa sobre as transformações do cenário de cooperação internacional no Brasil. “Presente e futuro: tendência na cooperação internacional brasileira e o papel das agências ecumênicas” foi elaborado por Nathalie Beghin, coordenadora da assessoria política do Inesc. O estudo tem por objetivo fazer um apanhado da situação da cooperação internacional, tanto a recebida pelo Brasil quanto a promovida pelo país junto a outras Nações. Segundo Nathalie “trata-se de tema ainda pouco estudado e sobre o qual precisamos urgentemente ampliar conhecimentos para poder construir uma agenda de incidência que leve o governo federal a criar e implementar uma política e uma institucionalidade capazes de por em marcha uma Cooperação Internacional para o Desenvolvimento brasileira efetiva, transparente e pautada pelos direitos humanos e pela justiça ambiental e social. Tal institucionalidade deve ter como uma de suas premissas a participação da sociedade civil, bem como a luta contra qualquer tipo de discriminação de gênero, racial ou étnica. Por isso defendemos a criação do Conselho Nacional de Política Externa que envolva organizações da sociedade civil”. De acordo com Iara Pietricovski, do Colegiado de Gestão do Inesc, “o crescimento econômico vivenciado pelo Brasil nos últimos tempos não foi capaz de eliminar relações de poder que produzem e reproduzem exclusão. A economia brasileira se moderniza, consegue melhorar as condições de vida de alguns segmentos de sua população, mas continua mantendo na pobreza e na miséria milhões de pessoas, contingentes correspondentes a populações inteiras de países africanos. Este processo contribui para intensificar uma desigualdade estrutural. Tememos que com sua crescente força política e econômica o país espalhe pelo mundo práticas, idéias e crenças que perpetuam desigualdades”.A pesquisa mostra que os fluxos de cooperação governamental são da ordem 0,02% do PIB brasileiro, sendo que a maior parte dos recursos, dois terços, se destina a organismos multilaterais (ONU, Mercosul e bancos de desenvolvimento). Além de apontar que a cooperação oficial bilateral brasileira tem crescido e tende a privilegiar a América Latina. Ao tratar da atuação do Brasil na América do Sul, a pesquisa verifica o caráter ambíguo da política externa brasileira. Por um lado, apóia processos de integração regional, como o Mercosul e Unasul, e, por outro, subsidia vultuosos investimentos via o BNDES que, por vezes, resultam em violações de direitos humanos e ambientais de povos e comunidades que não dispõem de recursos suficientes para se defender. Para Mara Manzoni Luz, representante da Christian Aid no Brasil, “a pesquisa servirá de elemento para aprofundar vários debates hoje no Brasil, entre eles, a questão da importância da cooperação ecumênica e o novo papel do Brasil no cenário mundial e na América do Sul”. Manzoni também ressalta que o estudo servirá de subsidio para definir a estratégia da Christian Aid no Brasil para os próximos anos. Confira a Pesquisa.Fonte: Inesc

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