Você está aqui

Financiamento para projetos de pesquisa e conservação da natureza

Autor original: Mariana Loiola

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor






Financiamento para projetos de pesquisa e conservação da natureza
Fonte: Fundação Boticário

Até o próximo dia 31 de março, estarão abertas as inscrições para o edital de apoio a projetos do Programa de Incentivo à Conservação da Natureza (PICN), promovido pela Fundação O Boticário. O formulário pode ser acessado no site da organização. Depois de preenchido, deve ser impresso e enviado por correio.

Serão aceitas propostas de projetos a serem desenvolvidos em todo o Brasil. Porém há prioridade para que parte dos recursos seja destinada a áreas tidas como de alta importância para a conservação mundial: o complexo estuarino-lagunar Iguape-Cananéia-Paranaguá, localizado na Mata Atlântica; a região de Cerrado compreendida entre o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e o conjunto de unidades constituído pelo Parque Estadual do Jalapão e o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba (TO); e a região do Pantanal, abrangendo a bacia pantaneira e a Serra da Bodoquena.

“Promovemos esse programa há 15 anos. Com o decorrer do tempo, vimos que essas áreas eram prioridades de governos e de ONGs”, diz Malu Nunes, gerente Técnico-Administrativa da Fundação O Boticário.

As três regiões reúnem características comuns que justificam essa escolha: estão inseridas em áreas de alta importância para a conservação mundial (chamadas de hotspots); são áreas ainda bem conservadas e pouco habitadas e estão localizadas em regiões onde existem várias unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável. É importante que as propostas tenham como meta principal contribuir para que as áreas localizadas entre as unidades de conservação cumpram a função de proteção da biodiversidade. “Queremos aumentar o número de projetos apoiados nessas áreas e formar corredores de biodiversidade”, afirma Malu.

Podem concorrer ao financiamento propostas desenvolvidas por organizações não-governamentais ou governamentais e que se enquadrem em pelo menos um dos seguintes temas: manejo de unidades de conservação, conservação e manejo de espécies ameaçadas, fiscalização e proteção ambiental, valorização e manejo de áreas verdes urbanas, controle de espécies exóticas invasoras, restauração de ecossistemas, desenvolvimento e implementação de políticas públicas e legislação ambiental e pesquisa aplicada à ecologia e conservação da natureza. Cada organização pode propor mais de um projeto.

O tempo de execução dos projetos pode variar de um a dois anos. Os projetos já aprovados pela Fundação O Boticário podem solicitar continuidade do financiamento, desde que se submetam a um novo processo de seleção.

Por ano, são destinados em torno de R$ 1 milhão a organizações pelo Programa, que promove dois editais por ano. Neste edital, cerca R$ 500 mil deverão ser destinados aos projetos selecionados. Desde 1991, por meio do Programa de Incentivo à Conservação da Natureza (PICN), a Fundação O Boticário já apoiou 990 projetos, tendo investido cerca de US$ 5 milhões. “Por edital, recebemos cerca de 150 projetos e aprovamos de 20 a 30 projetos”, informa Malu.

A intenção da organização, segundo Malu Nunes, é fomentar mais a pesquisa sobre a conservação da biodiversidade no país. “A Fundação O Boticário tem um papel importante no apoio a essas pesquisas no Brasil. Pequenas ONGs que não conseguem recursos com outros financiadores conseguem conosco”, diz. Para o programa, é importante que os projetos de pesquisa incluam um componente de disseminação. A Fundação espera apoiar mais projetos que promovam uma maior integração ente pesquisa e práticas de conservação.

A Fundação O Boticário faz uma avaliação positiva dos resultados do conhecimento e das práticas geradas pelos projetos aprovados pelo PICN, de acordo com Malu Nunes. Esses resultados vão desde a produção de teses e livros até a descoberta de espécies em extinção e pesquisas que contribuíram para a criação de áreas protegidas. “São resultados que contribuem para uma menor perda da biodiversidade. Por isso queremos promover um impacto ainda maior nas regiões prioritárias”, enfatiza.

Mariana Loiola

Theme by Danetsoft and Danang Probo Sayekti inspired by Maksimer