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Os líderes do ranking de doações

Autor original: Marcelo Medeiros

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

Ambos os relatórios registram aumento no fluxo de recursos da ajuda humanitária. Os valores bateram recorde, mas ainda estão longe de atingir, até 2010, os 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) prometidos às Nações Unidas.

O estudo da Unctad, baseado apenas em dados da OCDE, mostra que foram doados US$ 23,4 bilhões aos 50 países menos desenvolvidos do mundo em 2004. O valor é quase o dobro do gasto em 2001, quando foi registrado o desembolso de US$ 12 bilhões. Quanto à relação PIB-ajuda, Portugal aparece em primeiro lugar, com doação de 0,53% de suas riquezas. O percentual equivale a US$ 878 milhões em 2004.

A Noruega vem em segundo lugar, com 0,33% de seu PIB investido em ajuda humanitária. O percentual equivale a US$ 837 milhões doados em 2004. Em valores absolutos, porém, os líderes são os EUA. Os norte-americanos colocaram US$ 4,5 bilhões em programas de ajuda humanitária, valor que representa 0,04% de seu PIB e 19% das doações mundiais. A França é o segundo maior doador, com US$ 3,1 bilhões.

O Real Aid 2 apresenta um valor de doações quase três vezes maior – US$ 79 bilhões – do que o apresentado pela Unctad. A ActionAid fez seus próprios cálculos com base nos números da OCDE e descontou os valores de “ajuda-fantasma”. Isso fez com que os percentuais caíssem em comparação com a agência das Nações Unidas.

O ranking de doações em relação ao PIB traz Luxemburgo em primeiro lugar. O pequeno país europeu foi o primeiro a atingir a meta de transformar 0,7% de seu PIB em ajuda humanitária. Em seguida vêm a Dinamarca, com 0,66%, e a Noruega, com 0,64%. Os EUA estão na última posição, com apenas 0,06%. Somando todos os PIBs, no entanto, o percentual atinge apenas 0,14% – ainda assim, maior do que o registrado pela Unctad, de 0,08%. Os maiores doadores em termos absolutos são EUA, França, Alemanha e Japão. Juntos, respondem por 75% das doações via assistência técnica.

Já a lista de doações reais por habitantes também traz Luxemburgo na primeira posição. Lá, o governo doou US$ 441 per capita em 2004. O segundo maior doador é a Noruega, com 347 dólares doados per capita. Os menores são Grécia e Portugal, respectivamente, com US$ 14 e US$ 18 por pessoa.


Metas

Outro estudo que analisa a ajuda internacional é o Global Monitoring Report 2005, do Banco Mundial. Ele traz projeções otimistas de gastos em ajuda internacional para os países mais ricos do mundo em 2006.

Segundo os dados do relatório, ainda neste ano, Noruega e Suécia vão atingir gastos equivalentes a 1% de seus PIBs em doações. Ambos os países, de acordo com a instituição, já haviam ultrapassado os 0,7% prometidos às Nações Unidas. A Suécia daria o maior salto, porém. De 0,8% passará a 1%, ao passo que seu vizinho aumentará os investimentos em apenas um ponto percentual. Em valores absolutos, no entanto, os valores investidos não crescerão tanto. Dinamarca, Holanda e Luxemburgo seriam outros países a terem alcançado a meta.

Os EUA, apesar de percentualmente apresentarem pequeno avanço de 2003 para este ano, investirão quase US$ 10 bilhões a mais. Os norte-americanos devem passar de pouco mais de 0,1% para 0,2% de doação em relação ao PIB. Em termos absolutos, no entanto, pularão de pouco mais de 15 bilhões para quase US$ 25 bilhões. Os dados do Banco Mundial não são exatos.

Marcelo Medeiros

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