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Chamada Global contra Pobreza vai durar um mês

Autor original: Marcelo Medeiros

Seção original: Campanhas relevantes para o Terceiro Setor

As manifestações contra a pobreza mundial, que começaram na reunião das instituições financeiras internacionais, realizada em Cingapura no dia 16 de setembro, vão continuar pelo menos até 17 de outubro, Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza. A Chamada Global tem eventos marcados em diversos locais do mundo até lá. As organizações pedem a todos os interessados em participar para usarem lenços brancos ou pulseiras, para mostrar apoio à causa.

Em Bangladesh, está marcada para 15 de outubro a formação de uma enorme corrente humana e uma grande audiência pública com moradores de favelas e governantes. Na Alemanha e na Inglaterra, as entidades que fazem parte das coalizões locais já iniciaram campanha de envio de mensagens de correio eletrônico aos respectivos primeiros-ministros e congressistas, para que aumentem as quantias destinadas à ajuda internacional. No Brasil, as organizações se anteciparam ao promover uma caminhada na praia de Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, no dia 10 de setembro, quando aconteceu o Grito dos Excluídos.

As principais reivindicações da campanha são “justiça nas relações comerciais e financeiras entre os países”, "cancelamento das dívidas dos países mais pobres" e “aumento real no volume e na qualidade da ajuda para o desenvolvimento dos países”. Em relação ao Brasil, a campanha pede “políticas públicas democráticas e transparentes para a erradicação da pobreza e para a diminuição da desigualdade social”.

A chamada contra a pobreza não se concentra apenas no aspecto econômico da desigualdade mundial. De acordo com informações no site da iniciativa, mais de um bilhão de pessoas estão em situação de pobreza e desigualdade de rendimentos ao redor do mundo. Dessas, 70% são mulheres. Os pobres do mundo são as principais vítimas de doenças como aids e malária, assim como também são os menos letrados. Atualmente, 860 milhões de adultos são analfabetos e 104 milhões de crianças não têm acesso a escola. Isso para não falar nos índices de desemprego, nas más condições de trabalho e no acesso precário a bens naturais como a água.

A campanha foi criada em 2005, ano marcado por uma agenda internacional de grande impacto sobre o desenvolvimento dos países, com eventos como o Fórum Social Mundial (Brasil), o Fórum Econômico (Suíça), a Reunião do G8 (grupo dos países mais ricos do mundo, realizada na Escócia), a reunião da ONU para avaliação das Metas do Milênio para redução da pobreza (Nova York) e a reunião da Organização Mundial do Comércio (China), marcando os dez anos da entidade e uma discussão de seus rumos.

Marcelo Medeiros

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