Autor original: Luísa Gockel
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
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De acordo com a idealizadora e curadora do evento, Maria Teresa Leal, um dos desafios do seminário é difundir ações de empreendedorismo social que acontecem muito isoladas umas das outras. “Além disso, pretendemos incentivar organizações para que trabalhem com o tema e também queremos trazer os acadêmicos para esse debate”, diz.
Maria Teresa explica que os negócios inclusivos geram trabalho para as pessoas, desenvolvimento para a comunidade e sustentabilidade para a organização. E isso tudo, segundo ela, a partir do universo de potencialidades de cada comunidade. Alguns trabalhos serão apresentados no seminário, como o realizado pelo Grupo Cultural AffroReggae, no Rio de Janeiro.
“As possibilidades de negócios são bem diversas. Cada comunidade se apropria do que tem de mais valor dentro do contexto em que vive, que vai desde a extração da castanha-do-pará até o trabalho do AffroReggae, que promoveu uma verdadeira revolução na Cidade de Deus”, conta.
O trabalho do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis e do projeto Saúde e Alegria também serão apresentados no seminário como exemplos de empreendedorismo social. Além deles, a própria curadora vai falar um pouco da Coopa-Roca, organização que ajudou a fundar. A cooperativa tem o objetivo de gerar trabalho e renda para mulheres moradoras da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. As cooperativadas trabalham com artesanato e costura em suas residências, sem se afastar dos cuidados de seus filhos e de suas casas.
O empreendedorismo social é uma maneira de trabalhar o desenvolvimento local de forma diferenciada, acredita Maria Teresa. “Pontes e estratégias antes impensáveis são criadas entre uma pequena célula, que estaria isolada, e o mercado”, afirma. Maria Teresa explica que cada grupo ou comunidade tem a sua história, seu potencial e o seu contexto. As iniciativas são criadas, portanto, dentro das potencialidades de cada grupo.
Não é preciso nenhuma grande estratégia para que esse tipo de negócio dê certo. “Como é tudo sempre baseado no potencial da comunidade, na sua cultura local, é só trabalhar algumas questões, como gestão e o processo de produção”, diz Maria Teresa.
Além dos benefícios para as comunidades, Maria Teresa ressalta que essa parceria é valiosa também para as empresas. “Essa prática também agrega valor à empresa. Isso é uma coisa que precisamos levar para o seminário. As grandes empresas precisam despertar. Ambas as partes são beneficiadas”, diz.
Apesar da importância da parceria das empresas nesse processo, a curadora explica que os negócios inclusivos ainda não fazem parte da mentalidade de responsabilidade social. Segundo ela, as empresas ainda trabalham muito com o financiamento de projetos sociais. Nos negócios inclusivos, as empresas devem ser parceiras e participar ativamente do processo.
O formulário de inscrição e a programação do evento podem ser acessados em http://negociosinclusivos.rits.org.br.
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