Autor original: Luísa Gockel
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
![]() | ![]() |
Os caminhos tortuosos que a globalização vem tomando do ponto de vista da defesa dos direitos humanos, assim como o processo de intensificação das desigualdades sociais e das ações predatórias contra o meio ambiente, são questões que serão abordadas no seminário. Para Jorge Eduardo Durão, diretor geral da Abong, é necessário discutir o papel das grandes empresas no processo de globalização, já que muitas delas chegam a ter orçamentos maiores do que muitos países.
“Percebemos que cada vez mais existem questões relevantes em relação à atuação das ONGs no debate acerca do modelo de desenvolvimento a ser seguido pelo Brasil. É preciso discutir também o papel das empresas nesse cenário, o respeito à sociedade civil, ao Estado e sua função neste processo”, analisa Durão. A questão têm se mostrado cada vez mais relevante, mas o diretor da Abong guarda um certo ceticismo em relação aos caminhos que vêm sendo seguidos. “Os direitos só serão respeitados quando a sociedade civil fizer prevalecer mecanismos de regulação social das empresas”, afirma.
No seminário, representantes de ONGs, dos movimentos sociais – como João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) – e acadêmicos debaterão temas como setor financeiro, agronegócio, impactos sócio-ambientais das ações das empresas e papel das ONGs nesse cenário.
“O foco do seminário é basicamente no âmbito das ONGs. Não consegui me converncer ainda de que o caminho seja a conscientização de empresas e empresários, pois são regulados pela lei de ferro da globalização”, comenta Durão. O representante da Abong também vê com ressalvas o otimismo da sociedade em relação às ações de responsabilidade social empresarial. “Acredito que até as pessoas comprometidas com essa prática têm uma visão crítica em relação a isso”, diz.
O tema da atuação das transnacionais, que freqüentemente agem de forma mais irresponsável em países que têm sociedade civil e Estado mais fragilizados, já vem sendo debatido nas edições do Fórum Social Mundial. O assunto não é novo, mas, segundo o diretor da Abong, ainda é preciso uma ampla conscientização da sociedade civil e das ONGs para lidar com o tema.
Uma das soluções seria a ampliação do controle público sobre os impactos das ações da iniciativa privada. A possibilidade de um controle social sobre o setor privado será um dos temas examinados pelos participantes.
O seminário é gratuito, mas as vagas são limitadas. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (11) 3237-2122 ou pelo correio eletrônico abong@uol.com.br.
Theme by Danetsoft and Danang Probo Sayekti inspired by Maksimer