Autor original: Marcelo Medeiros
Seção original: Uma entrevista semanal sobre temas relevantes para o Terceiro Setor
Em comunicado disponível em seu site, a Novartis afirma estar preocupada em aumentar o acesso de populações de países em desenvolvimento a medicamentos. No entanto, afirma que a lei indiana ameaça o surgimento de inovações médicas, assim como o uso do remédio em questão, o Glivec. A empresa diz distribuir o medicamento a 99% dos consumidores (cerca de 6.500 pacientes). Logo, não estaria impedindo a cura de pessoas pobres.
“A lei indiana cria novos e injustificados obstáculos na inovação farmacêutica. Essas falhas podem não só afetar futuros desenvolvimentos de novos medicamentos em muitas áreas, mas também o acesso confiável e contínuo ao Glivec a pacientes na Índia atualmente. Isso seria inaceitável para a Novartis”, diz o comunicado.
Segundo a farmacêutica, as versões genéricas do Glivec custam 4,5 vezes mais do que a renda média anual do país (aproximadamente US$ 2.900). “Claramente os genéricos não dão nem darão conta suficientemente de atender a demanda por acesso ao Glivec ou outros medicamentos que salvam vidas na Índia”, afirma o comunicado.
A empresa diz estar “profundamente preocupada” em possibilitar tratamento ao maior número possível de pessoas ao redor do mundo. Uma demonstração disso seria sua política de preços diferenciados ou mesmo a doação de medicamentos a quem não pode pagar. A Novartis possui um acordo de erradicação da hanseníase firmado com a Organização Mundial da Saúde (OMS) por meio do qual doa remédios a diversos países, inclusive a Índia, onde estão 70% das pessoas com essa doença.
A empresa também inaugurou recentemente um centro de pesquisa em Singapura dedicado a doenças tropicais negligenciadas. Todos os produtos desenvolvidos lá serão vendidos sem lucro, segundo a empresa.
O laboratório diz ainda que colabora sempre que pode com governos e organizações não-governamentais para resolver questões polêmicas, mas acredita ser necessário respeitar o direito à propriedade intelectual. “A melhor forma de encorajar a inovação é por meio do respeito à propriedade intelectual. Não acreditamos que negar proteção a patentes de medicamentos inovadores e promover produção de genéricos fora da lei e seu uso em países em desenvolvimento podem ajudar pacientes ou aumentar seu acesso a medicamentos”.
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