Você está aqui

Importante como a vida

Autor original: Mariana Hansen

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor






Importante como a vida
Grupos sanguíneos e seus doadores
“A importância da doação de sangue é igual à importância de uma vida”, diz Letícia Cortes Ferreira, diretora executiva da Associação Brasileira de Voluntários do Sangue. Essa importância será discutida mais uma vez no 2º Encontro Latino-Americano de Organizações de Doadores e Voluntários do Sangue, em São Paulo (SP), de 23 a 25 de fevereiro.

A Federação Internacional de Organizações de Doadores de Sangue (Fiods) realiza encontros regulares para debater assuntos de interesse à causa da doação. A maioria dessas reuniões, porém, acontece na Europa, o que dificulta a participação das entidades latino-americanas, especialmente pelo custo das viagens. “Regionalizar os encontros foi a saída encontrada”, explica Letícia.

O evento tem como propósito facilitar a troca de experiências, formar uma rede de atuação em prol da doação de sangue no Brasil e na América Latina, assim como integrar organizações, doadores e voluntários do sangue.

A primeira edição foi realizada na Bolívia. Letícia conta que a iniciativa ajudou o país a construir uma rede de organizações, formando um Comitê Nacional para a causa da doação de sangue. Segundo ela, esse foi um grande passo. A realização do evento no Brasil gera a expectativa de que uma rede como essa seja criada aqui. “E também nos demais países latino-americanos, onde existem ótimas iniciativas dos próprios bancos de sangue, hemocentros e da sociedade civil”, completa.

Atualmente, apenas 1,8% da população brasileira doa sangue, quando o mínimo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 3%. Em países como França e Dinamarca esse índice chega a 4% e 5%. Letícia observa que, para que haja melhora é necessário unir esforços, trabalhar em conjunto e informar cada vez mais a população, mudando a cultura em relação à doação de sangue no país. Ela ainda alerta que “não existe substituto para o sangue humano, ou seja: sem doação de sangue, pessoas que poderiam viver por muito mais tempo acabam morrendo”.

Hoje, a Associação Brasileira de Voluntários do Sangue possui uma estrutura muito pequena, totalmente voluntária e que depende de apoio para realizar seus trabalhos. Desta forma, os esforços estão focados na criação de redes de atuação em benefício da causa, na realização do Encontro e no trabalho com a Fiods.

De toda forma, desde sua criação, a entidade trabalha com um programa de conscientização para doação voluntária e regular, chamado Sangue Bom. "Também capacitamos jovens para palestras, no Programa Tem Sangue Novo no Voluntariado Brasileiro, e enviamos cartões incentivando a doação para jovens que completam 18 anos, o Projeto Atitude Maior”, enumera Letícia. Ela acrescenta que outras iniciativas serão postas em prática assim que a entidade tiver uma estrutura melhor.

Doar é fácil e não dói

Muitas pessoas não sabem que doar sangue é simples, rápido e seguro. Desconhecem que todo ser humano saudável pode doar sangue, sem qualquer risco ou prejuízo à saúde. E é um ato fundamental, pois o sangue humano não tem substituto.

Todos os dias, são necessárias mais de 5 mil bolsas de sangue para atender aos acidentados, queimados, operados e portadores de doenças do sangue nos hospitais do Brasil. É um número alto. Mas se cada cidadão doasse sangue pelo menos três vezes ao ano, não seria preciso promover campanhas emergenciais para repor os estoques.

Quem pode doar

Pessoas com idade entre 18 e 65 anos, com peso mínimo de 50 quilos, em boas condições de saúde. Na noite anterior à doação, a pessoa doadora deverá ter dormindo pelo menos durante 6 horas e não poderá estar em jejum – deve fazer uma refeição leve e não gordurosa.

Quem não pode doar temporariamente

As doações não são possíveis no caso de pessoas com gripe ou febre; que usem piercing ou tenham feito uma tatuagem no último ano; que tenham se submetido a tratamento de acupuntura recentemente; que tenham ingerido bebida alcoólica nas últimas 24 horas; que tenham se submetido a uma cirurgia nos últimos seis meses; que estejam grávidas, amamentando ou tenham realizado um parto ou aborto nos últimos três meses.

Quem não pode definitivamente

Não podem doar sangue pessoas que tenham tido hepatite após os 10 anos de idade; tenham histórico de doenças hematológicas, hepáticas ou renais, câncer, diabetes com uso de insulina, epilepsia, hepatite, sífilis, Doença de Chagas ou malária. Também são impedidas de doar pessoas com comportamento considerado de risco em relação ao vírus da aids.

Mitos da doação de sangue

• Doar sangue faz mal a saúde?

Não. Doar sangue não causa nenhum problema para o doador. Não há risco de adquirir doenças, pois todo o material usado é descartável. O volume retirado é reposto em pouquíssimo tempo, após a ingestão de líquidos.

• A mulher menstruada pode doar?

Pode, desde que não esteja com cólicas, dor de cabeça ou um fluxo muito grande.

• Doar sangue engorda ou emagrece?

Não engorda, pois nada é ingerido ou colocado na veia, e também não emagrece.

• Pode-se fumar depois da doação?

Não. É preciso evitar o fumo por um período de até duas horas depois da doação.

• Quem faz tratamento com remédios antidepressivos pode doar sangue?

Deverá passar antes por avaliação médica.

• A doação de sangue é 100% segura?

A doação é, normalmente, bastante segura. Um kit novo, estéril e descartável deve ser usado para cada doador e descartado em seguida. Como nas doações normais, as agulhas são usadas somente uma vez. O doador deve sempre observar esses procedimentos e esclarecer suas dúvidas prontamente.

Algumas vezes, é possível que o doador sinta algum desconforto durante a doação, tenha tonturas causadas por nervosismo ou fique com pequenos hematomas na pele.

Você encontra todas as informações sobre doação de sangue e sobre o evento em www.voluntariosdosangue.org.br.


Mariana Hansen

Theme by Danetsoft and Danang Probo Sayekti inspired by Maksimer