Autor original: Marcelo Medeiros
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
Em maio, quando o IPCC divulgar os dados da terceira parte do relatório sobre mudanças climáticas, os ambientalistas poderão dizer que as soluções já eram conhecidas. Naquele mês, serão divulgadas análises sobre como combater o aquecimento global e o custo disso.
O WWF e o Greenpeace se anteciparam ao lançamento do primeiro relatório e mostraram ao mundo que é necessário, para atacar o aumento de temperatura, mudar a matriz energética mundial. Segundo o Greenpeace defende no Recém lançado relatório [R]evolução energética [disponível na seção Em Destaque desta edição da Rets; link ao lado], é possível cortar as emissões de gás carbônico pela metade até 2050, mas é preciso começar a trabalhar para isto imediatamente. A ONG defende o fim de todos os subsídios dados à produção de combustíveis fósseis e nucleares, além do estabelecimento de metas e incentivos para a produção de eletricidade oriunda de fontes renováveis e limpas.
De acordo com os técnicos da organização, essa proposta teria uma dupla finalidade: diminuir as emissões de poluentes ao mesmo tempo em que ajuda a evitar altas nos preços de energia. A demanda por recursos energéticos é crescente e não há indicadores de que a tendência será revertida. Por isso, o Greenpeace acredita que, mantido o atual padrão energético, os custos pulariam de US$ 1,1 bilhão ao ano para US$ 4,3 bilhões em 2050. Caso esforços em prol da eficiência energética e da substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis fossem adotados, os custos em 2050 seriam 30% menores.
No Brasil, a transição para uma matriz energética mais limpa dependeria de mais incentivos governamentais, uma espécie de Proinfa (Programa de Incentivo a Fontes Alternativas) mais abrangente. No cenário ideal dos ambientalistas, a energia eólica teria a maior expansão entre as fontes, representando, em 2050, 20% da matriz. Os painéis solares, por sua vez, ficariam responsáveis por 4% do fornecimento, enquanto as hidrelétricas se manteriam como principal origem, com 38%. O restante viria da biomassa (26%) e do gás natural.
A opinião do WWF é parecida. No relatório “Agenda Elétrica Sustentável 2020”, a ONG propõe dobrar a participação de fontes sustentáveis (biomassa, energia eólica, Pequenas Centrais Hidrelétricas e solar térmica e fotovoltaica) na matriz energética nacional e aumentar a eficiência das fontes já existentes. Tal movimento tornaria a energia 38% mais barata. “O cenário Elétrico Sustentável possibilita uma economia de 12% de gastos para o atendimento dos serviços de energia através de medidas de eficiência energética. Isso representa cerca de R$ 33 bilhões que deixam de ser gastos até o ano de 2020 para gerar, transmitir e distribuir eletricidade no país”, descreve o documento.
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