A universalização do acesso ao tratamento contra a aids na América Latina exigirá mais mobilização dos movimentos sociais já que, com a crise econômica mundial, as ajudas dos países ricos se reduziram. Esta foi uma das principais questões levantadas na mesa de abertura do V Fórum Comunitário Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), nesta terça-feira (28), em São Paulo.“A retração do financiamento internacional e as novas tecnologias de prevenção colocam no centro do debate a questão da equidade no acesso ao tratamento e a necessidade de se fortalecer a articulação entre os movimentos sociais e os serviços de saúde responsáveis pelas políticas públicas nessa área”, destacou Eduardo Barbosa, diretor adjunto do departamento de DST-Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde do Brasil.Joaquim Rüppel, do Instituto de Missão Médica, na Alemanha, lembrou que, com exceção da Suécia, nenhum dos países desenvolvidos cumpre o compromisso pactado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de dedicar 0,7% de seu PIB para ajudas ao desenvolvimento e 0,1% para saúde, com o agravante de serem as maiores economias as que ficam mais distantes da meta. Ele destacou também o efeito negativo das políticas neoliberais implementadas na maior parte do mundo nas duas últimas décadas, que concentraram a renda dentro de cada país e aumentaram disparidade entre as nações.O pesquisador alemão destacou ainda que a indústria farmacêutica está entre as mais lucrativas do mundo, perdendo apenas para a área de software. A rentabilidade do setor farmacêutico (de 18,5%) é quatro vezes maior do que a média das 405 maiores empresas do mundo. Mais de um quinto das 50 maiores empresas do mundo em faturamento são farmacêuticas. A mesa de abertura do fórum foi coordenada pelo coordenador regional da Rede Latinoamericana de Pessoas com HIV, Ruben Pecchio.Fonte: Ministério da Saúde
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